Um projeto de pesquisa do curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Amapá (Unifap) tem ajudado a mudar a vida de mulheres que fizeram a cirurgia para retirada de células cancerígenas na região da mama. Através dele, desde 2017, mais de 40 mulheres receberam o tratamento de reabilitação terapêutica gratuitamente.
É o caso da aposentada Suzana Machado, que descobriu o câncer em 2012 e teve que ser submetida à retirada da mama e radioterapia. Mesmo com a cirurgia bem-sucedida, Suzana sentia muitas dores nos braços, o que a deixava com a mobilidade muita reduzida. Foi quando o médico que a acompanhava indicou o tratamento com o projeto da Unifap.
“Eu vim mesmo quando eu precisei ser atendida. Eu sempre tive relutância com fisioterapia. Eu disse: ‘eu preciso’ e elas disseram: ‘venha que nós vamos cuidar de você’ e foi maravilhoso”, conta Suzana.
Depois de cinco sessões do tratamento, as dores de Suzana foram diminuindo e os movimentos dos braços foram se tornaram mais expressivos, até que ela não percebeu mais as limitações que tinha antes. Para ela, o trabalho tem que chegar a mais mulheres que passaram por cirurgia e enfrentam dificuldades para receber atendimento na rede pública de saúde.
“Eu não levantava meu braço, então para mim é muito valioso. Para mim foi essencial. As pessoas precisam saber que aqui tem o curso de fisioterapia, que tem pessoas dispostas a ajudar”, diz a aposentada.
O projeto é coordenado pela professora Vânia Tiê e conta com a participação de duas alunas de mestrado e uma de graduação. Primeiro são feitas avaliações para identificar o grau de comprometimento dos movimentos da paciente e, a partir disso, é proposto um atendimento individualizado.
De acordo com Vânia Tiê, esse tipo de tratamento já é oferecido há mais tempo na região sudeste do país, porém, no Amapá, ainda não é muito frequente, mas o projeto tende a crescer e ampliar o número de mulheres atendidas.
“A universidade está se aproximando da comunidade para oferecer tratamento altamente especializado, que as pessoas só encontrariam fora do estado. É um atendimento gratuito para a população. Nós só precisamos que as pessoas venham e que se aproximem da universidade. Nós estamos prontos para atendê-las, não só nesse projeto, mas em vários que são desenvolvidos aqui”, enfatiza.
Pessoas interessadas no tratamento podem entrar em contato com o projeto pelos fones: (96) 991984558 e (96) 981232710.