O Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (Hupaa) implanta grupo de pesquisa com o objetivo de estudar e dar visibilidade ao HTLV, vírus que, segundo o coordenador do Grupo de Pesquisa em HTLV do HU/Ufal, o médico Arthur Maia, não recebe atenção apropriada. “Os estudos sobre o HTLV são negligenciados no Brasil e no mundo”, frisa. O Brasil é o país onde há mais pessoas acometidas por esse agente biológico, chegando a cerca de três milhões de infectados.
O Grupo de pesquisa, vinculado ao CNPq, é formado por 16 pesquisadores, incluindo pós-doutores, mestres, mestrandos, técnicos, estudantes de graduação e professores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal). As pesquisas já resultaram em publicações de repercussão nacional e internacional.
Vírus HTLV
O HTLV pode causar doenças graves, como leucemia e problemas neurológicos, que têm a possibilidade de comprometer os movimentos do infectado. Arthur Maia diz que “todas as complicações causadas pelo vírus têm tratamento, mas é preciso diagnóstico rápido”. O vírus pode ser transmitido por meio do aleitamento materno, relações sexuais e transfusão de sangue.
Arthur Maia comenta, ainda, que um dos grandes problemas para a não erradicação desse agente biológico é a falta de medidas preventivas. Ele cita que o Japão conseguiu controlar o HTLV somente com o teste de triagem feito no pré-natal. O infectologista ainda ressalta que há demora para diagnosticar o vírus, durando cerca de sete a 11 anos para o paciente saber sobre o próprio quadro clínico.
O Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (Hupaa) faz parte da Rede Hospitalar Ebserh desde janeiro de 2014. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Hospitalar Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.