A Universidade Federal do Pará (UFPA) recebeu a visita do embaixador da Alemanha no Brasil, Johann Georg Witschell, e do cônsul da Alemanha em Belém, Paul Steffen, no último dia 17 de julho. O principal foco da conversa foi a realização de novos acordos de cooperação científica entre a UFPA e instituições alemãs e os investimentos do Fundo Amazônia. A pró-reitora de Relações Internacionais da UFPA, professora Marília Ferreira, e o Deputado Federal e ex-reitor da UFPA, Nilson Pinto de Oliveira, estiveram presentes para acompanhar a visita.
Os visitantes foram recebidos pelo reitor da UFPA, Emmanuel Tourinho, que agradeceu a oportunidade de diálogo e falou um pouco sobre a história da Instituição, o alcance de suas ações por meio dos campi, dos polos e das parcerias, presentes em 76 dos 144 municípios paraenses, além da importância das pesquisas realizadas na Universidade para toda a Região Amazônica.
“Somos atores importantes na promoção da cultura de conservação ambiental da Amazônia. Onde a Universidade chega, são desenvolvidas pesquisas sobre o ambiente local e são promovidas ações de conscientização da comunidade, visando ao uso da ciência em favor do desenvolvimento sustentável”, ressaltou Emmanuel Tourinho.
Para o reitor, dois fatores qualificam as instituições de ensino e pesquisa da Amazônia para novas iniciativas de cooperação com instituições estrangeiras: a qualidade da ciência produzida na região, especialmente pela UFPA, que hoje está acima da média nacional, e o impacto do trabalho desenvolvido na criação de alternativas para a geração de renda para a população, com o aproveitamento sustentável das riquezas naturais da Amazônia.
O embaixador Johann Georg Witschell ressaltou a expectativa de incremento da cooperação científica e acadêmica das universidades alemãs com as instituições brasileiras e de parceria nas ações desenvolvidas no âmbito do Fundo Amazônia.
Fundo Amazônia – O reitor da UFPA solicitou apoio para uma mudança nas regras do Fundo Amazônia, de modo que parte dos recursos do fundo seja destinado a projetos das universidades sediadas na Amazônia. “As nossas universidades já apresentaram vários projetos para o Fundo Amazônia, mas poucos foram aprovados. O modo de operação do Fundo não é muito receptivo a projetos acadêmicos, mesmo quando envolvem ações fundamentais para a conservação da floresta e para a criação de soluções para um aproveitamento sustentável dos nossos recursos naturais”, pontuou o reitor da UFPA.
O Fundo Amazônia foi criado com o objetivo de captar doações para investir em ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, e para a promoção da conservação e do uso sustentável da Amazônia Legal. Com a gestão de recursos realizada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o fundo tem contado, principalmente, com investimentos dos governos da Noruega e da Alemanha, além da Petrobras.
“As universidades na Amazônia cumprem um papel fundamental para este propósito. Elas são das instituições mais importantes para uma solução de desenvolvimento que garanta a floresta em pé, e elas têm dificuldades para acessar esses recursos”, ponderou Emmanuel Tourinho.
Para o embaixador da Alemanha, foi muito importante poder ouvir essa avaliação, para que ele possa apresentar novos caminhos e uma visão diferente aos representantes da cooperação econômica que realizam as doações ao Fundo, e seja possível viabilizar mais investimentos para os projetos apresentados por instituições acadêmicas e de pesquisa.
“Nós achamos o Fundo Amazônia importantíssimo. O dinheiro é da Noruega e da Alemanha, mas a decisão é dos brasileiros. Para mim, é importante perceber onde podemos nos encaminhar para melhorar algo e onde há uma crítica justificada”, finalizou o embaixador Johann Georg Witschell.