O Departamento de Estatística e Ciências Atuariais (Decat) da UFS aprovou, através do Edital Proex – Piaex nº 07/2019, projeto de extensão para criar o Escritório de Indicadores Sociodemográficos Municipais em São Cristóvão. O objetivo do projeto é construir um banco de dados com indicadores do município a partir das pesquisas oficiais produzidas pelo IBGE, MEC, Ministério da Saúde e secretarias municipais.
Para o professor Kleber Oliveira, projeto objetiva mostrar importância da estatística para melhor direcionamento de recursos. (fotos: Schirlene Reis/Ascom UFS)
O projeto é coordenado pelo professor Kleber Oliveira, que há muito tempo vem trabalhando com indicadores sociodemográficos, mais especificamente com pobreza, na área de distribuição de renda. “A ideia é que a gente consiga mostrar a importância da estatística para o melhor direcionamento dos recursos públicos”, diz.
Segundo Thiago de Jesus, todas as gestões públicas deveriam investir em indicadores de estatística.
Thiago de Jesus, aluno do 3º período de Ciências Atuariais, ressalta que é importante que todas as gestões públicas invistam em indicadores estatísticos. “É preciso dar valor aos indicadores que expressam a realidade dos municípios para auxiliar o gestor na tomada de decisões”, diz o estudante.
Relatórios técnicos
O projeto terá duração de cinco meses e será desenvolvido por quatro estudantes do Decat: além de Thiago, Camila Patrícia Cardoso, Ailane Santana e Alexia Teles. Esses alunos produzirão três relatórios técnicos: uma pesquisa sobre a avaliação institucional na educação, um perfil epidemiológico dos postos de saúde e um diagnóstico multidimensional da pobreza.
Nesse primeiro relatório, serão diagnosticadas as características das organizações educacionais nos quesitos didático, pedagógico e de infraestrutura, além de uma autoavaliação do professor. Segundo Kleber, através dessa pesquisa a gestão do município poderá identificar o que precisa ser feito em cada escola.
O segundo relatório será um perfil epidemiológico dos postos de saúde, com os dados dos receituários e dos casos de doença, para que sejam identificados quais os tipos de enfermidades mais frequentes em cada região do município.
A última pesquisa consistirá em uma avaliação da pobreza e renda, com o objetivo de identificar o que é preciso para gerar emprego na localidade.
De acordo com o professor, a maior parte dos trabalhos será realizada no Laboratório de Informática de Estatística e Ciências Atuariais (Lidecat) da UFS, mas os alunos também irão trabalhar com a pesquisa de campo, buscando coletar informações do município. Ainda segundo ele, antes do início da construção dos relatórios, os alunos irão participar de um curso sobre estatística, para melhor aperfeiçoarem-se com os dados.
Alexia Teles ressalta a expectativa para o projeto. “Será o início da minha caminhada acadêmica”.
Para Alexia Teles, do 3º período de Ciências Atuariais, esse trabalho será uma experiência inicial para os seus próximos projetos, “Nunca trabalhei com banco de dados. Essa pesquisa será o início da minha caminhada acadêmica, e minha expectativa é aprender principalmente a tabular os dados para que eu possa os utilizar no futuro”, afirma a aluna.
O professor também ressalta a importância desse trabalho na formação discente. “Estamos formando alunos do terceiro e quarto períodos com perfil de um aluno da pós-graduação – trabalhar com análises de banco de dados e coletar informações são trabalhos de alunos da pós. Essa será uma grande oportunidade de aprendizado”, diz Kleber.
Projeto será desenvolvido durante cinco meses.
O escritório
Segundo o professor, São Cristóvão é o primeiro município sergipano a possuir um escritório de estatística. O espaço ficará na sede do município, no mesmo prédio do Escritório Acadêmico de Direito, uma parceria entre a UFS e a Prefeitura de São Cristóvão implantado em 2018 com o objetivo de proporcionar a experiência de um estágio orientado para os estudantes e oferecer assessoria jurídica gratuita à comunidade.
Ainda de acordo com o professor, o atual prefeito da cidade, Marcos Santana, acatou a ideia. “O atual prefeito apoia a ideia da visibilidade dos números na gestão pública”, diz.
Pretende-se disponibilizar o banco de dados na página da Prefeitura de São Cristóvão. “O relatório é gerencial, ou seja, interessa a gestão do prefeito, mas é preciso que toda a população tenha acesso a todas as informações contidas nele”, diz Kleber.
Após a implantação do escritório no município, complementa o docente, é preciso que esses estudos sejam feitas anualmente e a de perfil epidemiológico, semestralmente. “Para que esses dados sejam sempre utilizados para auxiliar a gestão pública”, finaliza.