Um livro bilíngue, com relatos de experiências de professores que atuam no ensino de português e espanhol para estrangeiros é a nova publicação da Editora Universitária da UNILA (EdUNILA). Eletrônico e de acesso gratuito, Lengua, sociedad e interculturalidad en la enseñanza-aprendizaje de portugués y español (“Língua, sociedade e interculturalidade no ensino-aprendizagem do português e do espanhol”) será lançado na quarta-feira (28), às 19 horas, na sala C203 da UNILA Jardim Universitário. O livro poderá ser baixado gratuitamente na página da EDUNILA, a partir da quinta-feira, 29.
Organizada por Francisca Paula Soares Maia, docente da UNILA, e por Mercedes Causse Cathcart, da Universidad de Oriente, em Cuba, a obra reúne professores brasileiros, argentinos e cubanos. Com 142 páginas, o livro contém textos assinados por educadores dessas duas instituições, da Universidad Nacional de Asunción, na capital paraguaia; da Universidade Federal do Rio Grande do Norte; da Universidad de La Habana, também em Cuba e da Universidad Nacional del Sur, da Argentina. Os artigos têm como fim “a construção de um trabalho coletivo em que novos saberes são regidos tanto pela prática do educador quanto pelos relatos de experiência”, explica Regina Lúcia Péret Dell’Isola, da UFMG, que assina o prefácio.
Voltado para acadêmicos e professores da área de ensino de espanhol e português como línguas estrangeiras, o livro promove a valorização de ações voltadas à capacitação desses docentes, por meio de programas de formação continuada, por exemplo. Ao mesmo tempo, é dado estímulo à divulgação da cultura dos países de língua portuguesa e hispânica.
Artigos
Dentro dessas perspectivas, Lengua, sociedad e interculturalidad en la enseñanza-aprendizaje de portugués y español apresenta ao leitor uma gama de temas relevantes, que se inicia com o texto de Francisca Paula Soares Maia, que relata uma experiência frente ao ensino de português a estrangeiros na UNILA. Em seguida, Terezinha Juraci Machado da Silva, da Universidad Nacional de Asunción, faz reflexões sobre o ensino do idioma a crianças em um colégio em Assunção, Paraguai, ação que integrou o Programa de Leitores do Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Por sua vez, María Victoria Socorro Castillo, daUniversidad de Oriente, analisa o ensino de espanhol a partir de seu trabalho desenvolvido em Cuba. Integrante do Conselho Científico da Faculdade de Humanidades e da Universidad de Oriente, Irina Bidot Martínez assina um texto onde defende que não se pode desvincular língua, cultura e sociedade ao estudar e aprender qualquer língua. Já Dagmaris Ducass Orue, também da instituição, fala sobre o papel de facilitador do professor de língua estrangeira e sobre os métodos, recursos e procedimentos que podem ser usados dentro e fora da sala de aula.
O livro segue com Suria Fernández Domecq, Yessy Villavicencio Simón y Lizandra Rivero Cruz, da mesma universidade, que abordam questões como o uso de técnicas participativas no ensino de espanhol como língua estrangeira. Yaritza Tardo Fernández, também dessa universidade, faz uma análise teórica da comunicação intercultural para o ensino da língua hispânica a estrangeiros. Diego Chozas Ruiz-Belloso relata sua experiencia sobre o ensino desse idioma a estrangeiros dentro da UNILA. Já Fleide Daniel narra as experiencias de formação de professores de Português Língua Estrangeira na UFRN.
Da Universidad de Havana, Lidia E. Cuba Vega analisa comparativamente o uso das formas de tratamento em espanhol entre estudantes chineses. Ana María Guerra Casanellas e a coorganizadora da obra, Mercedes Causse Cathcart, abordam a necessidade de incluir no ensino de espanhol a estrangeiros a variabilidade no sistema de formas de tratamento em espanhol. O livro se encerra com dois artigos de Elizabeth Rigatuso, que apresenta sua pesquisa sobre as formas de tratamento usadas no comércio de Buenos Aires na atualidade.