UFAC – Parceria garante projeto para estudos ambientais

A Ufac foi palco do lançamento do projeto Prodigy, uma cooperação científica entre Brasil, Alemanha, Peru e Bolívia. O evento ocorreu nessa quarta-feira, 11, no Parque Zoobotânico. O objetivo é compreender as vantagens das diversidades biológica, socioeconômica e cultural a partir da combinação entre conhecimento local e acadêmico.

A expectativa é que o projeto contribua para o desenvolvimento de opções sustentáveis para decisões futuras e estimule a formação de jovens cientistas rumo a perspectivas transdisciplinares.

“O Brasil atravessa, hoje, um momento de extrema dificuldade. Não há recursos para a ciência; portanto, nosso desafio é encontrar outras alternativas de sobrevivência”, disse a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Margarida Carvalho, representando a Reitoria. “Entendemos que não chegaremos a nenhum lugar sozinhos e, por isso, a Ufac está aberta a parcerias como essa.”

Durante três anos, pesquisadores e representantes de instituições dos quatros países buscarão entender se uma maior diversidade dentro de sistemas aumenta a resiliência na bacia da Amazônia Ocidental. O foco do projeto neste primeiro momento é a biodiversidade dos solos.

“Nós acreditamos que a ciência é global, internacional. É importante atuar coletivamente”, afirmou o coordenador-geral do Prodigy, da Universidade de Koblenz-Landau (Alemanha), Hermann Jungkunst. “Nossa ideia original é criar, coletivamente, soluções científicas para questões ambientais na região MAP [união de três Estados de três países: Madre de Dios, no Peru; Acre, no Brasil; e Pando, na Bolívia].”

Prodigy 

Participam do projeto Prodigy cientistas de diversas áreas, como geografia, economia, ciências do solo, clima e ciências políticas. Metodologicamente, todos compartilham seus dados com analistas de sistemas ambientais que investigam, de forma interdisciplinar, possíveis cenários futuros.

O Prodgy concentra seus estudos na região MAP, no Departamento de Madre de Dios, no Peru; no Estado do Acre; e na Província de Pando, na Bolívia. No Acre, os trabalhos se concentram na reserva extrativista Chico Mendes, envolvendo pesquisadores do programa de pós-graduação em Ciência Florestal (Ciflor) e do programa de pós-graduação em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais (PPG-EMRN), da Ufac.

Para a professora do Ciflor, Sabina Cerruto Ribeiro, a parceria é uma oportunidade. “Estamos interagindo com um grupo de alto nível e excelência. São várias universidades alemãs que chegam com proposta de integração e trazem recurso que hoje no Brasil nós não temos”, contou.

Entre os resultados esperados está a contribuição científica para a concepção de opções de desenvolvimento sustentável para a região MAP. “Docentes e discentes terão a oportunidade de extrapolar fronteiras nacionais integrados a um projeto maior, que engloba biodiversidade, sociedade e economia”, avaliou o professor do PPG-EMRN, Fernando Augusto Schmidt.

No Brasil, o projeto conta ainda com a parceria da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Instituto de Mudanças Climáticas (IMC). O financiamento é do Ministério da Ciência e tecnologia da Alemanha.