Objetivo é diminuir custos de produção no Polo de Agricultura Irrigada da Bacia Hidrográfica do Rio Santa Maria, no Rio Grande do Sul
O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) e a Universidade Federal do Pampa (Unipampa) vão firmar parceria para elaborar estudos sobre a distribuição e carga de energia elétrica demandada por produtores do Polo de Agricultura Irrigada da Bacia Hidrográfica do Rio Santa Maria, no Rio Grande do Sul.
A demanda por energia elétrica na região tem sido um entrave ao desenvolvimento da agricultura irrigada e muitos produtores acabam tendo que recorrer ao emprego de óleo diesel como fonte energética para o bombeamento de água para a irrigação, o que aumenta bastante os custos de produção.
Segundo o coordenador de Projetos e Polos de Irrigação do MDR, Antônio Leite, a ideia é fazer um acordo de cooperação com a Unipampa para trabalhar a questão energética do Polo do Rio Santa Maria e avaliar, inclusive, a viabilidade de emprego de alternativas renováveis de energia, como a implantação de usinas fotovoltaicas ou energia eólica na região. Para isso será realizado um diagnóstico de demanda e distribuição, avaliação das perspectivas de crescimento e expansão da atividade irrigada e as alternativas para produção de energia elétrica a fim de abastecer com segurança de carga as propriedades rurais.
O Polo de Agricultura Irrigada da Bacia Hidrográfica do Rio Santa Maria alcança cerca de 120 mil hectares nos municípios de Cacequi, Lavras do Sul, Dom Pedrito, Rosário do Sul, São Gabriel e Santana do Livramento. Faz parte da estratégia ‘Polos de Agricultura Irrigada’, desenvolvida pelo MDR por meio da Secretaria Nacional de Desenvolvimento Regional e Urbano (SDRU).
A iniciativa tem como objetivo alavancar a agricultura irrigada a partir de um trabalho conjunto entre as organizações de irrigantes e as diversas esferas de governo. A premissa de ação é o planejamento setorial e territorial de regiões irrigadas no país, aliando as demandas dos produtores rurais com as parcerias e políticas públicas de governo.
“Apesar de o governo ter projetos de irrigação pública, o setor produtivo é quem responde pela maior quantidade de área irrigada do País, cerca de 96% do total. Esta ação do MDR busca aproximar e identificar as dificuldades que ainda possam existir e direcionar a atuação em nível federal, estadual e municipal para reduzir burocracias”, explica o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto.
Já estão em operação, além do Polo do Rio Santa Maria, os polos de Cristalina e do Vale do Araguaia, ambos em Goiás, e o Polo do Oeste da Bahia. Até o fim do ano, há a previsão de que os polos de Minas Gerais e de Sorriso, no Mato Grosso, também estejam funcionando.
Política Nacional de Irrigação
Instituída pela Lei nº 12.787/2013, a Política Nacional de Irrigação tem como objetivo organizar o marco legal para a gestão de projetos de irrigação, sendo sua principal diretriz a indução à eficiência no uso de recursos hídricos para o setor. Além disso, reforça estratégias para o desenvolvimento da agricultura irrigada, visando ao aumento da produtividade, de forma sustentável, e a redução de riscos climáticos para a agropecuária e a importância das parcerias entre os setores público e privado para ampliar a área irrigada no País.