A Universidade Federal de Lavras (UFLA) iniciou, em setembro, mais um projeto de cooperação na cultura do algodão no continente africano. A Instituição foi convidada para atuar na área técnica do projeto “Caminhos do Algodão”, no Moçambique, por meio da transferência de tecnologia na produção de sementes e no manejo e tratos culturais para a cotonicultura.
A iniciativa nasceu de um acordo entre UFLA e Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério de Relações Exteriores (MRE), e tem o apoio do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA). Participam também da elaboração do projeto o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif).
Segundo professora do Departamento de Agricultura Heloisa Oliveira, a participação da UFLA na iniciativa se deve à excelência centenária da Universidade na formação técnica de profissionais e de geração e difusão de tecnologias na área de ciências agrárias. “Nossa Instituição possui reconhecida experiência no desenvolvimento de técnicas e tecnologias para a cultura do algodoeiro, o que contribuiu para que o Brasil pudesse assumir a posição de destaque na produção mundial”, ressalta.
O projeto prevê a orientação de técnicos e extensionistas nas áreas de manejo agronômico da cultura isolada e da cultura consorciada, desenvolvimento de sistemas de produção de sementes, avaliação e distribuição de sementes de qualidade de variedades superiores, além da criação do Centro de Inovação do Algodão, a ser instalado no distrito de Namialo, na província de Nampula.
Comitiva em solo moçambicano
Entre os dias 23 e 27/9, Heloísa Oliveira e o doutorando do programa de pós-graduação em Agronomia/Fitotecnia Douglas Pelegrini Vaz-Tostes participaram de uma missão técnica para diagnóstico da cadeia produtiva do algodão em Moçambique.
Em Nampula, a delegação brasileira realizou visita à Direção Provincial de Agricultura e Segurança Alimentar, à Fábrica de Descaroçamento da Sociedade Algodoeira de Nampula (SANAN), ao Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), ao Laboratório de Classificação das Fibras do Instituto do Algodão de Moçambique (IAM). Já em Namialo, as visitas técnicas ocorreram no Centro de Investigação de Sementes de Algodão (CINSAM), possível local de instalação do Centro de Inovação do Algodão.
Retornando à capital Maputo, a delegação brasileira visitou o Instituto de Formação Profissional e Estudos Laborais Alberto Cassimo (IFPELAC), a Fábrica de Fiação Mozambique Cotton Manufacturers (MCM) e a Autoridade Nacional de Educação Profissional de Moçambique (Anep).
Nos dias 26 e 27/9, foi realizado, ainda, o workshop para elaboração do projeto de cooperação entre os dois países. Na oportunidade, a professora Heloísa Oliveira apresentou a experiência da UFLA em projetos de cooperação na cultura do algodão na África, que teve início em 2014.