Os pesquisadores vão investigar os danos causados e propor ações para mitigar o problema
Corais de Ipioca e Paripueira foram analisados e estão livres de contaminação
A reitora Valéria Correia oficializou a formação de uma força-tarefa com pesquisadores de várias áreas para monitorar, avaliar e propor ações que possam reduzir os danos causados pelo óleo que atingiu a zona litorânea de Alagoas. O óleo que começou a ser detectado no litoral nordestino no final de agosto já atingiu 180 km de praias alagoanas, afetando zonas estuarinas, corais e mangues.
A Força-tarefa Ufal para o Desastre do Óleo é coordenada pelo professor Emerson Soares (Ceca) e conta com a participação dos pesquisadores Antônio Euzébio (Ceca), Renato Gaban (ICBS), Robson dos Santos (ICBS / Apa Costa dos Corais), Cláudio Sampaio (Unidade Penedo), Taciana Kramer (Penedo), Petrônio Coelho (Penedo), Marília Goulart (IQB), Josué Santos (IQB), Edson Bento (IQB), Carlos Ruberto (Ctec), João Soletti (Ctec) e Leonardo Viana (IC /Propep).
Os pesquisadores estão participando de várias atividades, a exemplo de coleta e análise do material, monitoramento das espécies marinhas afetadas, atividades de conscientização da população sobre os cuidados que devem ser tomados ao lidar com esse material altamente tóxico, orientação para o armazenamento e descarte do produto retirado da costa, entre outras ações. “Esse é um evento grave a vai demandar tempo para encontrar respostas. Entendemos a angústia da população que está sendo afetada, mas não podemos aplicar processos simplificados”, pondera o professor Leonardo Viana.
Uma boa notícia
O estado crítico dos corais, estuários e mangues tem preocupado os pesquisadores. A situação é muito tensa entre a população que sobrevive da pesca e do turismo. Mas, em meio a essa aflição, uma boa notícia: existem áreas livres da contaminação. “Mergulhamos nas áreas de corais de Ipioca e Paripueira. Analisei 25 amostras coletadas e não encontrei vestígios de óleo”, informa o professor Emerson Soares.
A equipe que participou dessa expedição realizada no sábado foi formada pelos pesquisadores Karlla Lima, mestre em comportamento ambiental e mergulhadora; Bárbara Pinheiro (Ufba); Emerson Soares (Ufal); o mergulhador e biólogo do Instituto Brasileiro Vida Marinha Juliano Fritcher, com o apoio de empreendedores dos setores turísticos e de criadores de fauna autorizados pela legislação ambiental. As ações estão voltadas também para a proteção das áreas não atingidas, já que o local do derramamento de óleo ainda não foi identificado.