Para reduzir a geração de lixo não-biodegradável, uma startup do Câmpus Dois Vizinhos apresenta um modelo de negócio inovador e de grande potencial frente aos problemas ambientais causados pelos resíduos sólidos urbanos. Trata-se de um processo que estimula o crescimento de fungos comestíveis em resíduos e subprodutos agroindustriais, para substituir produtos derivados de fontes não renováveis, como aqueles produzidos a partir do petróleo: isopor, plástico bolha, embalagens descartáveis, protetores de choques mecânicos, além de componentes estruturais para confecção de móveis e na construção civil.
A startup Biocompósitos foi idealizada pelos alunos do curso de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia do Câmpus Dois Vizinhos, Alisson Roegelin dos Santos e Matheus de Almeida Loureiro, e pelo professor Francisco Menino Destefanis Vitola. Inicialmente a solução foi desenvolvida na forma de pesquisa acadêmica nos laboratórios do Câmpus e consistiam em uma série de testes para empregar diversas matérias-primas vegetais regionais para o crescimento de fungos, formando estruturas com propriedades interessantes e grande potencial de mercado
O processo de produção consiste em empregar materiais orgânicos como serragem, palhas, grãos, farelos, talos e folhas para serem convertidos em materiais inovadores e biodegradáveis, os chamados biocompósitos. Conforme os fungos crescem, mais especificamente, o micélio de cogumelos comestíveis, eles agregam a biomassa vegetal utilizada, formando uma nova estrutura com características distintas.
Ao final deste processo, as peças (produzidas em moldes funcionais) são tratadas para inativar o fungo, conferir características mecânicas e dar acabamento estético para poderem ser comercializadas.
“O objetivo é minimizar o alto impacto ambiental causado por esses produtos convencionais”, explica o professor Vitola.
Segundo Alisson Loureiro, atualmente avem projetando diversos modelos de produtos a serem desenvolvidos. “Estamos projetando virtualmente os modelos de produtos que possam ser substituídos por biocompósitos”, afirma.
O projeto foi um dos contemplados da UTFPR no Programa Sinapse da Inovação do Paraná, organizado pela Fundação Araucária. O Programa contou com 1851 ideias inovadoras recebidas de todo o estado do Paraná. Ao final, 100 ideias foram aprovadas.