Teve início nesta segunda-feira (27) um dos maiores estudos do Brasil sobre alimentação e saúde. Com a participação do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas (PPGEpi), o estudo NutriNet Brasil irá acompanhar duzentas mil pessoas de todas as regiões do país pelos próximos dez anos. O objetivo é conhecer as características da alimentação brasileira e sua relação com a prevenção e o risco de desenvolvimento de doenças crônicas frequentes, como obesidade, diabetes, hipertensão, doenças do coração e vários tipos de câncer.
“O estudo vai identificar como os brasileiros e brasileiras comem e quais são os padrões de alimentação que estão associados a vidas mais saudáveis. Os resultados vão servir de base para aprimorar estratégias de saúde pública na prevenção de vários tipos de doenças crônicas”, explica o docente do PPGEpi, Aluisio Barros, coordenador do grupo ligado ao estudo na UFPel.
Para ajudar a promover a saúde e a nutrição dos brasileiros
Um diferencial da pesquisa é o uso de uma plataforma digital na internet para coletar as informações e acompanhar os voluntários ao longo do estudo. Os participantes devem ter 18 anos de idade ou mais, residir no Brasil e ter acesso à internet por telefone celular ou computador. Depois de cadastrar nome e e-mail na plataforma, o participante responde a um questionário inicial, em cerca de cinco minutos, sobre sua alimentação e condições gerais de saúde. Notificações por e-mail ou SMS avisarão quando novos questionários estiverem disponíveis para preenchimento. Todos os dados fornecidos ficam armazenados sob absoluto sigilo no sistema InterNuvem, da Universidade de São Paulo (USP).
“Ao parar alguns minutos para responder às perguntas, os participantes não só contribuem com dados para a pesquisa, mas também têm a oportunidade de refletir sobre hábitos alimentares muitas vezes automatizados no dia a dia e pensar em aspectos que talvez não viessem à tona fora do contexto da participação na pesquisa. Esse tipo de coleta de dados via web também tem a vantagem de trazer dados mais precisos sobre consumo alimentar, que é uma coisa muito difícil de se medir em entrevistas face a face”, acrescenta Barros.
A equipe do NutriNet inclui pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), que coordena o estudo, das universidades federais de Pelotas (UFPel), Minas Gerais (UFMG), da Bahia (UFBA), do Rio Grande do Sul (UFRGS), de São Paulo (UNIFESP) e de outros centros acadêmicos do país, como a Fiocruz (Rio de Janeiro e Bahia) e o Instituto Nacional do Câncer (Inca). O financiamento é do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por meio de edital do Ministério da Saúde (Decit/CGAN).
Para saber mais e participar do NutriNet Brasil, acesse https://nutrinetbrasil.fsp.usp.br/.