Ao todo, são 35 ingressantes no curso de medicina da Ufersa sendo 16 do Estado do Rio Grande do Norte, desses 9 são do município de Mossoró/Foto: Passos Júnior
Muito mais que um equipamento de proteção individual, o jaleco, peça de vestuário utilizada por profissionais da área de saúde, tem um significado especial para os futuros profissionais de medicina. Tanto que já é tradição nas universidades a realização da Cerimônia do Jaleco para as boas vindas aos novos acadêmicos. Na Universidade Federal Rural do Semi-Árido a organização da cerimônia é feita pelos estudantes veteranos, sob a coordenação do Centro Acadêmico (C.A.).
A entrega do jaleco aconteceu nesta quinta-feira, 12, no Auditório Amâncio Ramalho, no Campus Sede, em Mossoró. A solenidade que contou com a presença do chefe do Departamento de Ciências da Saúde, professor Lázaro Fabrício, e da vice-coordenadora do curso de Medicina, professora Rejane Helena Lins; membros do Diretório dos Estudantes e C.A., além de muitos familiares que foram prestigiar a conquista dos futuros médicos.
A família do agricultor cearense, João de Deus, prestigiou o filho, Vitor/Foto: Passos Júnior
“Essa vitória é um presente que ganhei de Deus” considerou o agricultor, João de Deus Pereira, que ao lado da esposa e de outra filha acompanhou o acadêmico Vitor Barreto a vestir o jaleco. “Representa três anos de muito estudo para conquistar o sonho de cursar medicina e mesmo já estando no curso a ficha ainda não caiu […] Estou bem animado com a proposta de ensino apresentada pela Universidade” afirmou o filho do agricultor.
Distante a quase 2.500 quilômetros de casa, Wendel Mateus Primavera de Almeida, saiu do Rio de Janeiro para cursar na Ufersa. “Estou feliz. Estudei bastante para conquistar a vaga e espero encontrar um ensino de qualidade” afirmou. A primeira semana de aula, afirmou Wendel, “elevou a expectativa de um bom curso pela infraestrutura com laboratórios e salas de aula e professores qualificados”.
Para os jovens mossoroenses Flávia Oliveira, de 19 anos, e Alexandre Filho, de 18, ambos egressos do IFRN Campus Mossoró, o ingresso em Medicina é resultado de muita dedicação aos estudos. “Uma vitória com muita emoção […] Espero encontrar um curso de excelência para que eu possa dá um salto para a vida que almejo” resumiu Flávia. Já Alexandre aposta no potencial do curso e aproveitar tudo que a medicina tem a oferecer. “Quero me tornar um médico comprometido com a questão humana, analisando o paciente na sua totalidade” expressou.
Acadêmicos prestam juramento como futuros médicos/Foto: Passos Júnior
Ao todo, são 35 ingressantes sendo 16 do Rio Grande do Norte, desses 9 são de Mossoró. O segundo maior quantitativo de estudantes é do estado do Ceará, totalizando 10, seguido Pernambuco e Paraíba, com 2 estudantes e Piauí, com 1 acadêmico, mais tem também tem estudantes vindos de outras regiões como sul e sudeste: Rio de Janeiro (1), São Paulo (2) e Paraná (1).
Coube à professora de medicina, Samila Larissa Pinheiro Gomes, a missão de falar aos novos acadêmicos sobre o que é ser médico. Para a professora são cinco as principais características para se tornar um bom médico: ética, respeito, ciência, empatia e responsabilidade. “A experiência médica conta muito e aproveitar todas as experiências, sem pular etapas, é fundamental. Vocês tem que ter humildades para viver cada fase da formação, de ouvir e aprender com outros profissionais e com os pacientes também” aconselhou.
Representante do DCE alerta aos novos estudantes de medicina sobre a luta para que a universidade continuei a oferecer ensino gratuito e de qualidade/Foto: Passos Júnior
COMPROMISSO – A cerimônia também foi de reflexão sobre a importância da universidade como instituição de ensino gratuita e de qualidade. Ao falar aos calouros, a representante do Diretório Central dos Estudantes, Ana Flávia Oliveira Barbosa, do curso de Direito, clamou aos novos acadêmicos de medicina a aproveitarem o máximo que a Ufersa tem a oferecer como projetos de pesquisa, extensão e monitorias. “Temos uma Universidade transformando milhares de vidas, principalmente, dos filhos e filhas da classe trabalhadora” pontuou.
A representante do DCE estendeu as boas vindas não apenas a Ufersa, mais também a luta dos estudantes num momento em que as Universidades Federais passam por sucessivos ataques, inclusive, com cortes orçamentários que podem prejudicar a permanência daqueles com menor poder aquisitivo. “O PNAES, que o programa que assegura a política estudantil e que garante o restaurante universitário, a moradia estudantil e as bolsas de permanência, pode sofrer um corte de 40% dificultando e inviabilizando a permanência de muitos na Universidade” alertou.
A estudante também ressaltou a importância da responsabilidade social do curso de Medicina. “O perfil do profissional médico formado na Ufersa tem que estar atento aos problemas sociais da região, portanto, sejam técnicos humanos, que gostem de povo, que conheçam a realidade das comunidades rurais. Assim, vamos construir uma universidade de qualidade que se pinte de povo” considerou Ana Flávia