O campus Varginha da UNIFAL-MG sediou o segundo encontro regional do “Fórum Técnico Minas Gerais pela Ciência – Por um desenvolvimento inclusivo e sustentável”, realizado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) na sexta-feira, 13/03. Representantes de mais de 30 instituições estaduais do setor de ciência e tecnologia marcaram presença para, de forma participativa, elaborarem o Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, a fim de ampliar o desenvolvimento socioeconômico do Estado.
Segundo a Assembleia Legislativa de Minas Gerais, uma das prioridades do encontro foi discutir caminhos para aproximar pesquisa tecnológica e iniciativa privada, a fim de diversificar e aumentar o valor da produção econômica da região, marcada principalmente pela exportação de grãos de café.
Vale destacar que o Vale da Eletrônica de Santa Rita do Sapucaí, pequena cidade de 40 mil habitantes concentra hoje 153 indústrias eletroeletrônicas, com um faturamento de R$ 3,2 bilhões, sendo um dos principais exemplos nacionais de parceria bem-sucedida entre iniciativa privada, setor público e instituições de ensino e pesquisa.
Para a diretora da Agência de Inovação e Empreendedorismo da UNIFAL-MG, Profa. Izabella Bastos, o Vale da Eletrônica representa “a terceira maior concentração de eletroeletrônica do Brasil e emprega 29% da mão de obra do setor em Minas”, reflexo de mais de 60 anos de valorização ao ensino e pesquisa na região.
Conforme as discussões no Fórum, o desafio do Sul de Minas é ampliar para toda a região, a bem-sucedida experiência de incorporação da pesquisa na produção econômica do Vale da Eletrônica. Na busca por vencer o desafio, foi aprovada a criação de câmaras temáticas entre as instituições de ciência e tecnologia e diferentes setores produtivos, para fomentar discussões de desenvolvimento tecnológico e formas de financiamento.
O Sul de Minas tem 25 universidades e institutos de pesquisa que abrangem todas as áreas de conhecimento, incluindo a UNIFAL-MG, o Inatel, a Unifei e a UFLA. “Minas Gerais é o único Estado do País que tem a maior parte de seus doutores fora da Capital. Isso mostra que conseguimos fazer ciência e tecnologia em todo o Estado”, ressaltou a diretora da Fiocruz Minas, Zélia Maria da Luz, durante o evento. Para ela, a maior dificuldade é aproximar a pesquisa das empresas.
A diretora da Fiocruz Minas também destacou a pioneira iniciativa de realizar o fórum participativo em um momento de diversos cortes de financiamento tanto em nível federal quanto estadual e enfatizou que a parceria entre instituições de pesquisa e parlamentos é fundamental para o resgate da ciência e tecnologia, devendo se constituir como uma política permanente de Estado (e não de governo).
Presente no evento, o reitor da UNIFAL-MG, Prof. Sandro Amadeu Cerveira, cobrou o cumprimento da Constituição de Minas, que destina 1% do orçamento para a pesquisa. Em uma analogia com o futebol, o reitor alertou que o governo está cortando nas ‘categorias de base’.
A autora da proposta de realização do fórum foi da presidente da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da ALMG, deputada Beatriz Cerqueira (PT).
Participaram do evento também: a deputada Ana Paula Siqueira (Rede); o deputado federal Rogério Correia (PT-MG), representando a Câmara de Deputados; o deputado Professor Cleiton; a presidente da Câmara Municipal de Varginha, Zilda Maria da Silva, e o diretor do campus Varginha, Prof. Leandro Rivelli.