Projeto de iniciação científica júnior do campus Varginha pretende mapear o genoma e as mutações do vírus na China, Itália e Estados Unidos
Durante a pandemia do novo coronavírus (COVID-19), diversos esforços de pesquisa têm sido realizados em instituições do mundo todo em busca de mais informações e possíveis tratamentos para essa ameaça que já fez mais de 1 milhão de vítimas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
No CEFET-MG em Varginha, um projeto de iniciação científica júnior (BIC-Jr) tem buscado contribuir com avanços no combate ao COVID-19. Desenvolvido pelo pesquisador Wedson Gomes Júnior, doutor em Biotecnologia e pelo estudante do curso Técnico de Informática Integrado Guilherme Carvalho Teodoro, o trabalho pretende analisar computacionalmente as diferenças entre os genomas (informações genéticas) do vírus na China, Itália e Estados Unidos, cujas informações foram depositadas em um banco de dados de genomas internacional (genbank).
A partir disso, é possível “buscar as diferenças entre eles, de maneira que o tratamento pode ser mais específico em cada região”, explica o autor. Outra análise possível seria comparativa entre esse genoma com o de vírus já existentes, de forma a observar similaridades e diferenças com aqueles conhecidos, esclarece o pesquisador Wedson Gomes.
A bioinformática será peça fundamental da pesquisa por ajudar na compreensão e correlação de informações genôminas dos genes com informações existentes na literatura para auxiliar a identificação de alvos, visando o desenvolvimento de drogas, marcadores moleculares e epidemiológicos, além de ferramentas de diagnóstico, descreve o projeto. Um maior conhecimento desses genes até então desconhecidos, ou pouco conhecidos, pode auxiliar no desenvolvimento de vacinas e métodos de diagnóstico, como a variabilidade genética e das espécies, as interações patógeno-hospedeiro, a proteção imunológica do hospedeiro e antígenos que estimulem os processos de proteção imune.
Segundo o professor Wedson Gomes, a pesquisa será realizada em algumas etapas: em um primeiro momento, acontece uma pré-análise do genoma para verificar a qualidade das amostras; na sequência, a submissão desse material a três softwares de bioinformática, onde serão realizados os alinhamentos para verificar a quantidade de semelhanças entre eles; e, após o alinhamento, as sequências serão comparadas com aquelas já conhecidas de outras patologias e vírus. Com o isolamento social, que restringe as atividades acadêmicas na Instituição, a pesquisa está na fase inicial, “em um segundo momento iremos tentar realizar as análises em computadores domésticos via tele conferência”, explica o professor.
Ao final, a pesquisa pretende gerar dados científicos e computacionais para auxiliar no mapeamento do genoma do vírus e também facilitar mecanismos de ação para lidar com eventos como esse no futuro. “A contribuição para a ciência será um registro de quais sequências e em quais posições acontecem mutações, sendo que, se ocorrer outra situação similar com esse vírus, teremos os registros do que ocorreu em 2020 e será mais rápida a identificação e criação de remédios e vacinas”, finaliza o professor Wedson Gomes.
Redação – Secretaria de Comunicação Social/CEFET-MG