Em meo à pandemia do Covid-19, o estado do Pará ocupa uma posição preocupante no ranking brasileiro. O estado é o terceiro do país com maior tendência de crescimento no número de casos da Covid-19, segundo dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Até o dia 27.4.2020, os números eram de: 2.128 casos confirmados e 494 aguardando respostas – casos estes já distribuídos em todos os municípios paraenses.

Tendo em vista este cenário, professores do grupo de Socioeconomia do Instituto Socioambiental e dos Recursos Hídricos (Isarh) da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), com apoio da Pró-Reitoria de Ensino (Proen), realizaram um levantamento para avaliar as percepções dos discentes da universidade acerca da Covid-19. O principal objetivo é gerar informações que auxiliem os gestores da instituição na condução de suas estratégias de políticas educacionais e de gerenciamento da crise, além de entender como os alunos percebem, se protegem e obtêm informações acerca da doença.

A pesquisa foi realizada na primeira quinzena do mês de abril, coordenada pelos professores Ruth Almeida, vice-diretora do Isarh, e Marcos Antônio Souza dos Santos. Ao todo, 818 alunos da Ufra responderam ao questionário, o que representa cerca de 10% do total do corpo discente. Os participantes são provenientes dos seis campi da Ufra, de variados cursos de graduação. Os pesquisadores enfatizam que em todos os municípios onde a Ufra possui campus já existem casos da doença.

De acordo com a professora Ruth Almeida, os dados revelam uma série de informações importantes, tais como a baixa renda dos alunos da Ufra e a existência de pessoas dos grupos de risco para a Covid-19 em suas casas. “As fontes de informação que esses estudantes utilizam para acompanhar a evolução da pandemia nem sempre são especializados”, alerta a professora, uma vez que o levantamento aponta que uma grande parte busca informações em redes sociais e Whatsapp.

De maneira geral, os alunos concordam com a estratégia de isolamento social adotada pelo Governo do Pará. Por outro lado, “a maioria entende que a maior dificuldade para se manter o isolamento é a necessidade de trabalhar para prover a sustentação econômica da família”, comenta.

Seguem os resultados do levantamento: