Na última quinta-feira, dia 30 de julho, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) da UFPA, presidido pelo reitor Emmanuel Zagury Tourinho, realizou mais uma reunião extraordinária para discutir a proposta de adoção do Ensino Remoto Emergencial (ERE). O debate tomou como referência o trabalho da Comissão Especial do Consepe que tem analisado aspectos relacionados a uma possível retomada de atividades acadêmicas. Diante da impossibilidade do trabalho presencial, são discutidas duas alternativas: manter suspensas as atividades de ensino da UFPA por tempo indeterminado ou ofertar algumas atividades em caráter temporário e excepcional na modalidade de ensino remoto.
Na proposta em discussão, poderão ser ofertados remotamente apenas os componentes curriculares que se adequem a essa modalidade, definidos pelas faculdades responsáveis pela oferta dos cursos. E cursarão esses componentes (obtendo os créditos correspondentes, no caso de aprovação) apenas os discentes que desejarem; os que preferirem poderão continuar sem qualquer atividade de ensino até que o ensino presencial volte a ser ofertado. O Conselho também discutiu duas medidas necessárias para a oferta do ensino remoto emergencial: um programa de inclusão digital para atender a discentes em vulnerabilidade socioeconômica e cursos de formação sobre o ensino remoto e o uso de tecnologias digitais.
Na reunião, representantes de institutos com cursos que possuem muitas disciplinas técnicas e práticas (como os das áreas da Saúde e Artes) questionaram sobre a possibilidade de uma modalidade mista, que permita tanto o ensino remoto quanto o presencial, de acordo com as peculiaridades de cada curso e seguindo todas as recomendações de combate à covid-19. Também foram levantadas várias dúvidas sobre a carga horária docente e o apoio necessário ao trabalho remoto. Foi consenso entre os presentes que a comunidade deve continuar discutindo o assunto antes que uma decisão seja tomada. E qualquer decisão observará os princípios de garantia da segurança das pessoas, inclusão digital e qualidade no ensino.
Próximas reuniões – O debate da proposta de ensino remoto emergencial seguirá até o dia 13 de agosto no âmbito das Unidades Acadêmicas com base na minuta de resolução para regulamentar a oferta de componentes curriculares nesta modalidade de ensino. Neste prazo, os conselheiros devem deliberar com as suas unidades se o ensino remoto emergencial é uma possibilidade no contexto da Universidade Federal do Pará e enviar para a Secretaria Geral dos Órgãos Colegiados Superiores Deliberativos (Sege) sugestões para a redação da resolução.
No dia 14 de agosto, o Consepe votará pela possibilidade ou não da oferta de atividades acadêmicas na modalidade remota. Caso não seja aprovada a possibilidade de oferta, a discussão será encerrada, mantendo-se suspensas as atividades de ensino na Instituição. Caso seja aprovada a oferta, a resolução e seus termos serão discutidos e votados para decisão final do Conselho. Se a análise da resolução que trata do assunto não for concluída em um único dia, serão também realizadas reuniões nos dias 17 e 18 de agosto para a conclusão do trabalho.
Edital de inclusão digital – Embora o Ensino Remoto Emergencial não seja obrigatório para nenhum discente, todos os que quiserem usufruir desta oportunidade de formação devem ter as condições para tal. Pensando nisso, a Superintendência de Assistência Estudantil (Saest) publicou o edital para a concessão de um Auxílio para a Inclusão Digital. O edital prevê duas modalidades de auxílio: Modalidade 1, para a concessão de pacotes de dados em serviço móvel pessoal; e Modalidade 2, para aquisição de equipamento para acesso à internet (tablet, notebook, ou computador). A primeira modalidade terá apoio do Ministério da Educação, em parceria com a Rede Nacional de Pesquisa (RNP), para a oferta de pacotes de dados para estudantes que pretendem participar de atividades remotas de ensino.
Segundo o professor Ronaldo Araújo, superintendente de Assistência Estudantil, o orçamento desses auxílios será dividido entre graduação, pós-graduação e ensino básico, de acordo com a quantidade de alunos em cada grau de ensino, além de alunos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e extrativistas. A análise para concessão dos auxílios também será simplificada, para que os discentes possam receber o auxílio antes do retorno das atividades, caso seja aprovado o ensino remoto.
Os interessados em saber mais sobre os auxílios e as inscrições devem acessar o Edital. As inscrições serão realizadas entre os dias 3 e 14 de agosto, por meio do Sigaest.
Cursos para docentes – Outra iniciativa paralela à discussão sobre a possibilidade de ensino remoto é a oferta de cursos de curta duração com temáticas estratégicas sobre ensino remoto e tecnologias digitais, inicialmente voltados para docentes da Instituição. Os cursos serão ofertados pelo Núcleo de Inovação e Tecnologias Aplicadas a Ensino e Extensão (Nitae2). As inscrições já estão abertas pelo SIGRH. O primeiro curso já inicia nesta terça-feira, 4 de agosto. Para mais informações sobre os cursos, clique aqui.
Texto: Rafael Miyake – Assessoria de Comunicação da UFPA
Foto: Reprodução Zoom