O consumo de alimentos ultraprocessados e a falta de exercícios físicos provocados pela pandemia e pelo isolamento têm uma relação direta com as queixas frequentes, nesta fase, de ganho de peso. “Muita gente já afirmou ou ouviu alguém afirmar que ganhou peso nesta quarentena. Isso é um quadro esperado, considerando a situação de ansiedade, durante o período de isolamento”, afirmou Janine Puinelli Martins, nutricionista residente do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago da Universidade Federal de Santa Catarina (HU/UFSC).
Segundo ela, o confinamento em casa, a falta de atividade física, a ansiedade e a ociosidade podem fazer com que haja um aumento do consumo alimentar habitual, principalmente de alimentos ultraprocessados, aqueles ricos em açúcar, gordura, sal e aditivos químicos, que amenizam os sintomas de ansiedade, aumentando o nível de serotonina e dopamina no corpo, hormônios do prazer.
A nutricionista afirma que uma das soluções para lidar com este quadro é identificar sinais do corpo e aprender a diferenciar a fome física da emocional. “A fome emocional é aquela que seleciona um alimento específico para saciar um sentimento: ‘como por que estou triste; como por que estou feliz’”, afirma. De acordo com Janine, é possível estabelecer algumas estratégias para lidar com a fome emocional: realizando atividades que deem prazer, escutar música, desenhar, pintar, fazer uma videochamada com algum parente ou amigo, por exemplo.
“Além disso, é importante buscar se movimentar mais, mesmo que dentro de casa, e basear a alimentação, quando possível, em alimentos in natura e minimamente processados, aqueles que vêm diretamente da natureza ou passam apenas por um processamento dentro da indústria: frutas, verduras, arroz, feijão”, sugere a profissional, que encerra com uma mensagem de otimismo: “Aos poucos, vamos voltando a uma rotina de estilo de vida mais saudável”.
Texto: Unidade de Comunicação Social do HU/UFSC