Os três últimos lançamentos da Editora UFMS no Repositório Institucional são livros que abordam estudos lexicais, os desafios impostos pela pandemia da Covid-19 ao ensino e aos meios de comunicação e as relações e identidades culturais dos povos fronteiriços do Brasil e Bolívia. O repositório é composto por mais de 3.100 obras de acesso aberto.
O livro visa estreitar um pouco mais as relações entre o Brasil e a Bolívia, países atados especialmente pela cultura, o principal objeto que sustenta a pesquisa da qual a obra resulta. “Trata-se de um material singular que apresenta nossas primeiras discussões sobre a integração fronteiriça, por meio do estudo das identidades culturais e linguísticas que sustentam nossa história e a nossa cultura literária, tendo como palco os aspectos da literacia dos autores brasileiros Lobivar Matos, Manoel de Barros, Augusto César Proença, que descrevem o espaço fronteiriço Brasil – Bolívia utilizando as obras ‘Sarobá’, ‘Areôtorare’, ‘Raízes do Pantanal’, dentre outras; e dos autores bolivianos Alcides Arguedas e Augusto Céspedes, com suas obras ‘Pueblo Enfermo’, ‘Raza de Bronce’ e ‘Sangre de Mestizos’, contribuindo para definir a integração fronteiriça natural e singular, seja em seu perfil linguístico e social, seja pela questão da identidade cultural e étnica da nossa fronteira”, explicou Rosangela Villa da Silva.
As autoras analisaram fenômenos decorrentes dos contatos sociais culturais e linguísticos nesta zona fronteiriça e, utilizando um conceito da antropologia sobre cultura, analisaram a diversidade linguística na fronteira, vista como patrimônio cultural. “Apresentamos nesta obra a singularidade presente no contato linguístico, social e cultural de bolivianos, brasileiros e outras nacionalidades também presentes nesta fronteira, a partir das hibridações étnicas, culturais e sociais, resultantes da construção da identidade de fronteira dos próprios sujeitos fronteiriços. A intenção foi pensarmos a cultura local, por meio da própria literatura fronteiriça, analisando expressões de nacionalismo, hibridismo e da própria identidade do sujeito nativo, ressaltando questões referentes a ‘conflito e harmonia’, ‘contatos, trocas e interações’ e outros ‘fatores extralinguísticos’ que influenciam nas atitudes linguísticas e na heterogeneidade cultural local”, afirmou.
Polifonia e Alteridade: Comunicação e Educação em época da Covid-19
A obra reúne artigos que foram especialmente produzidos por docentes e pesquisadores do Grupo de Pesquisa Comunicação e Educação da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom) sobre os desafios impostos pela pandemia da Covid-19 ao ensino e aos meios de comunicação, mediados pela tecnologia. De acordo com Rose Mara Pinheiro “a pandemia colocou em evidência o tripé ‘Comunicação, Educação e Tecnologia’. O e-book trata dessa relação enfatizada no ensino remoto de emergência em todos os níveis, do ensino básico ao superior. A obra reúne dez artigos das cinco regiões do país, que abordam as aprendizagens e desafios desse período. Um registro histórico e também propositivo, capaz de oferecer possibilidades para as diversas situações”.
Entre os artigos estão dois produzidos no Programa de Pós-graduação em Comunicação da UFMS, que abordam o ensino básico e também o curso de jornalismo em MS. O livro traz também textos de referências para a área, dos professores da USP Ismar de Oliveira Soares e Adilson Citelli. “Os artigos foram gestados neste contexto desafiador e são verdadeiros exercícios de pensar o futuro e tentativas legítimas de ressignificar o papel da escola, experimentar novas ambiências educativas, repensar o alcance estratégico do uso das tecnologias, rediscutir as práticas docentes e as metodologias. Também tratam de redescobrir a potência do afeto, do acolhimento e da solidariedade na experiência humana. Mas, sobretudo, apontam para a necessidade de reaproximar as políticas públicas de educação da importância que sempre tiveram na vida do país, assegurando autonomia intelectual, gestão e estrutura de trabalho e sólida formação acadêmico-científica”, explicou.