O estudo foi publicado no International Journal of Molecular Science em novembro passado
Com o objetivo de revisar estudos relacionados à influência do inflamassoma NLRP3 com o Lúpus Eritematoso Sistêmico e a Nefrite Lúpica, bem como avaliar os principais trabalhos publicados que utilizaram modelos celulares e animais, as pesquisadoras do Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (Lika) Camila Barbosa, Camilla Dantas e Paula Sandrin, em parceria com a coordenadora da Residência Médica de Nefrologia do Hospital das Clínicas da UFPE, Gisele Vajgel, elaboraram o artigo intitulado “The Role of NLRP3 Inflammasome in Lupus Nephritis”(O Papel do Inflamassoma NLRP3 na Nefrite Lúpica), que foi publicado no International Journal of Molecular Science em novembro passado após convite do editor da revista para participação da edição especial com o tema “The NLRP3-Inflammasome in Health and Disease”(O inflamassoma NLRP3 em Saúde e Doença).
O inflamassoma NLRP3 é formado por proteínas que são importantes no desencadeamento do processo inflamatório. Quando ativado, culmina na produção de citocinas inflamatórias sendo, dessa forma, associado a várias doenças com perfil inflamatório, como, por exemplo, as doenças autoimunes.
De acordo com a pesquisadora do Lika Paula Sandrin, o artigo de revisão mostrou que, embora já existam evidências da influência do inflamassoma NLRP3, na nefrite lúpica, os estudos ainda são limitados a alguns modelos animais. “Ainda não foi possível realizar estudos em células renais de pacientes com NL para a avaliar os efeitos dos inibidores deste inflamassoma na prevenção e na progressão da doença”, explicou.
Paula Sandrin ainda afirma que este trabalho foi importante porque permitiu avaliar de uma forma mais ampla os estudos que utilizavam modelos celulares e animais focando em mecanismos de ativação e inibição do NLRP3 para o desenvolvimento de alvos terapêuticos específicos para a Nefrite Lúpica (NL).
“Ao final da revisão desses estudos, foi possível verificar que existe uma influência do inflamassoma NLRP3 na NL e que ele parece ser um alvo terapêutico promissor para o tratamento dessa doença. Vários estudos estão sendo realizados utilizando inibidores diretos e indiretos para bloquear esta via e controlar a atividade NL em pacientes com LES”, salientou.