UFG – Potencial de reeleição de governantes impactou diretamente no combate à pandemia nos estados

Artigo evidencia pontos cruciais nas medidas sanitárias praticadas por governadores em 2020.

A polarização política no País, escancarada a partir de 2014, não foi determinante nas ações estaduais de combate à covid-19. Por outro lado, fatores, como a possibilidade de reeleição de governadores e o número de mortes no estado, foram cruciais para as tomadas de decisão no âmbito pandêmico. Essas são algumas das conclusões de um artigo produzido por pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG), que ganhou as páginas na Revista de Ciência Política da Universidad de Chile, tendo como foco as dinâmicas das políticas estaduais relacionadas ao combate da pandemia do novo coronavírus. A pesquisa foi encabeçada pelo pós-doutorando na UFG e agora docente em Ciência Política na Universidade Federal do Pará (UFPA), Lucas Toshiaki Archangelo Okado, e pelo professor associado da área de Ciência Política e do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da UFG, João Carlos Amoroso Botelho.

As análises foram realizadas a partir do cruzamento de informações, como a busca por reeleição dos atuais líderes do executivo estadual, o alinhamento com o governo federal, de Jair Bolsonaro (PL), iniciativas para o combate da pandemia e a curva de mortes dentro de cada estado do País. Outros dados utilizados foram a porcentagem de aprovação do governo Bolsonaro e a quantidade de votos alçados pelo atual presidente dentro das unidades federativas, nas eleições de 2018. O espaço amostral utilizado foi de março a dezembro de 2020, tido como a primeira onda do novo coronavírus em território nacional.

Alguns estados alinhados com o executivo federal, por exemplo, foram contra a postura de Bolsonaro, que foi explicitamente contrário ao lockdown e ao uso de máscaras, conforme as mortes aumentavam dentro de seu espaço. A possibilidade de reeleição influenciou nessa ruptura de maneira semelhante.

Comparativo com os EUA

Os pesquisadores conseguiram destacar diferenças entre a abordagem da pandemia no Brasil e nos Estados Unidos, a partir da utilização, em certos momentos, de um estudo semelhante feito no cenário estadunidensenos. Os dois países estão entre as nações com mais mortes em decorrência da covid-19.

O multipartidarismo brasileiro trouxe nuances específicas se comparado aos Estados Unidos da América. Divididos em Democratas e Republicanos, o cenário é de menor volatilidade nas alianças políticas no comparativo com o Brasil. No entanto, a situação de reeleição nos dois países apresentou similaridades nas ações sanitárias.

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