Com a formalização da criação da FarmaVax – Unidade Embrapii Inovação de Fármacos e Vacinas, a UFMG celebra um marco histórico e reafirma sua vocação para a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação de modo a atender às demandas da sociedade. A confirmação do termo de parceria do professor Rubén Dario Sinisterra, do Departamento de Química do ICEx, que participou, nesta feira, 4, da solenidade de assinatura do contrato de parceria da Universidade com a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), vinculada ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
Terceira unidade multicêntrica no âmbito da UFMG, aprovada no fim do ano passado , a FarmaVax reúne quatro Centros Institucionais de Tecnologia e Inovação (CT-Nanobiomateriais, CT-Vacinas, CT-Terapias Modernas e CT-Medicina Molecular) e terá o porte de R$ 5 milhões para a produção de biofármacos em parceria com empresas nacionais e internacionais. “Nossa expectativa é altíssima, porque se trata de uma política pública para promoção, desenvolvimento e inovação para uma área tão estratégica para o país. E a interação de universidades e empresas, proposta pelo modelo de gestão da Embrapii é uma excelente oportunidade para a UFMG mostrar que está cumprindo seu papel com excelência”, acrescentou Rubén.
De acordo com o professor Rubén Dario Sinisterra, o foco da nova unidade é celebrar convênios com empresas nacionais e estrangeiras que estejam dispostas a desenvolver e transferir tecnologia para as empresas brasileiras. “Estamos prospectando empresas (27 já fizeram contato) e esperamos desenvolver anestésicos para intubação de pacientes com covid-19, antivirais, saneantes e formulações orais e nasais, além de produtos de nanopartículas contra o vírus Sars-Cov-2. Também vamos produzir e comercializar testes rápidos de diagnóstico”, adiantou.
A FarmaVax também está se credenciando no BNDES para finalizar projetos de inovação classificados na escala de sete a nove, pela metodologia Níveis de Prontidão de Tecnologia (Technology Readiness Levels ou TRL).
Autonomia e agilidade
“Os recursos públicos da Embrapii não são reembolsáveis, e as unidades Embrapii podem administrar os projetos em parceria com as empresas parceiras, como um modelo privado, inclusive para contratação de pesquisadores pelas normas da CLT. Outra vantagem é a agilidade nos processos, que abrange desde a formalização de convênios, liberação dos recursos e fiscalização dos planos de ação até a renovação das parcerias”, exemplificou o diretor-presidente da Embrapii, professor Jorge Almeida Guimarães.
Segundo ele, “esse é um modelo de gestão que não vai resolver o problema desse setor tão capitalizado e que se mostrou tão frágil durante a pandemia da covid-19. Mas pode contribuir para promover maior autonomia na interação tão necessária, e com resultados muito positivos em setores como mineração, internet das coisas, agroindústria e petróleo”.
Jorge Guimarães destacou ainda que, entre as 76 unidades Embrapii criadas em oito anos de existência desse modelo de organização social, apenas três instituições não são federais — USP, Unicamp e PUC-Rio. Dos 1,7 mil projetos fechados com 1.150 empresas parceiras, mais da metade já foi concluída, e 66% depositaram pedidos de patentes. Cerca de R$ 2,2 bilhões foram investidos, em parceria com o MCTI e os ministérios da Economia, da Educação e da Saúde.
Ainda segundo Guimarães, a Embrapii aguarda a associação dos Ministérios do Meio Ambiente, da Defesa e do Desenvolvimento Regional, além do BNDES, para que sua participação nos projetos passe dos atuais 30% para até 90% de investimentos.
Para a reitora Sandra Regina Goulart Almeida, “a criação das unidades Embrapii na UFMG coaduna-se com o papel da Universidade e sua política de inovação aprovada recentemente pelo Conselho Universitário”. E acrescentou: “somos uma instituição de ensino procurada pelas pessoas que querem obter uma formação acadêmica, mas as universidades também são as responsáveis por 95% da pesquisa realizada no país. A UFMG é a maior depositária de patentes nessa área, e a criação de unidades Emprapii tem sido muito importante para fortalecer a triangulação com o setor público e as indústrias”.
Mais quatro anos para a Embrapii DCC
Durante a solenidade, que também reuniu, na sala de sessões da Reitoria, o secretário geral do MCTI, Sérgio Freitas, e diretores de unidades e professores, foi assinado ainda o termo aditivo de renovação, por mais quatro anos, do credenciamento da primeira unidade Emprapii da UFMG, a Unidade DCC – UFMG Software para Sistemas Ciber-físicos, ou Embrapii DCC. Segundo o professor Luis Chaimowicz, desde que foi criada, em 2016, a unidade prospectou mais de 200 empresas e desenvolveu 12 projetos – outros três estão em desenvolvimento, com participação de vários professores do Departamento de Ciência da Computação (DCC).
A UFMG abriga ainda uma Unidade Embrapi Powertrain , vinculada ao programa Rota 2030 e coordenada pelo professor Braz Cardoso Filho, do Departamento de Engenharia Elétrica da Escola de Engenharia.