UNIRIO – Pesquisa aponta que infecção pelo vírus HTLV-1 atinge população socioeconomicamente menos favorecida no Brasil

Uma pesquisa, coordenada pela docente área de Neurologia da Escola de Medicina e Cirurgia (EMC/UNIRIO) Marzia Puccioni, apontou que a infecção pelolinfotrópico de células T humanas tipo 1 (HTLV-1) é considerada negligenciada, pois atinge primordialmente a população socioeconomicamente menos favorecida, mulheres e negros/pardos. “Não existe vacina e nem tratamento. São poucos os investimentos na área de pesquisa. Existem cerca de 5 a 10 milhões de indivíduos infectados no mundo, sendo que o Brasil é o país com o maior número absoluto de casos, cerca de 800 mil a 2,5 milhões, sendo a maioria pertencente à classe menos favorecida economicamente”, explicou.

A docente desenvolve trabalhos com alunos de graduação da EMC relacionados ao atendimento e à pesquisa com pacientes infectados pelo vírus denominado vírus HTLV-1. Trata-se de um retrovírus oncogênico, descoberto em 1980. O vírus é transmitido pelo leite materno, transfusão sanguínea e derivados, transplante de órgãos, agulhas contaminadas e sexo. A infecção atinge o sistema nervoso ocasionando principalmente um tipo de fraqueza motora denominada mielopatia associada ao HTLV-1 e também linfoma extremamente agressivo, além de poder causar outras manifestações de origem reumatológica, dermatológica, urológica, oftalmológica, dentre outras.

De acordo com a professora, o Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG) oferece o teste de triagem para detecção do vírus, inclusive para gestantes, com o objetivo de evitar a transmissão para os filhos.

Por Liliana Glanzmann Vallejo – Comso UNIRIO