UFS – Pesquisa avalia eficácia de produto natural para silagem de milho e capim

O período de seca exige do produtor rural a reserva de alimentos para enfrentar a ausência de forragem no pasto para o rebanho. Essa suplementação costuma ser feita por meio da técnica de ensilagem, cujo objetivo é transformar a planta verde em matéria seca chamada de silagem.

Em muitos casos, apesar dos cuidados para a conservação do alimento, como o corte adequado da planta e a vedação correta do silo para fermentação, a durabilidade da silagem, após a abertura do silo, gera prejuízos ao produtor.

Essas perdas podem ser evitadas com o uso de aditivos químicos, mas há danos ambientais. Por isso, pesquisadores de Zootecnia da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) estão avaliando o desempenho de um produto natural na silagem do milho e do capim elefante.

“O uso de aditivos tem sido estudado com a finalidade de alterar o processo fermentativo da silagem, diminuir perdas e melhorar o valor nutritivo da biomassa ensilada,” ressalta o professor do Departamento de Zootecnia e do Programa Integrado de Pós-graduação em Zootecnia da UFS, Bráulio Maia.

A pesquisa é realizada por meio de uma parceria público-privada. Os pesquisadores da UFS e UFRB estão realizando testes de validação do inoculante microbiológico desenvolvido pela empresa Korin Agricultura e Meio Ambiente na estocagem do milho e no emurchecimento do capim elefante.

O objetivo é avaliar os efeitos do produto natural nas características nutricionais, no pH (potencial de hidrogênio), na estabilidade aeróbia, nas perdas e na digestibilidade in vitro da matéria seca da silagem das duas culturas.

Além da análise da quantidade de proteína das amostras, por meio da técnica de destilação para retirada do nitrogênio da silagem, os pesquisadores avaliam os níveis de acidez do alimento suplementar.

“A análise do hidrogênio é importante porque vai refletir na durabilidade da silagem. Quanto mais tempo o silo tiver aberto tendo pH ácido, mais tempo o produtor vai conseguir ofertar para os animais,” pontua a estudante de Zootencia e bolsista da pesquisa, Daniella Baraúna.

Os primeiros resultados da aplicação da biotecnologia são considerados promissores, pois houve um aumento na durabilidade da silagem do milho e do capim de 36 horas para até 120 horas.

“Os resultados preliminares criam uma expectativa positiva de que ao fim do trabalho de pesquisa vamos disponibilizar uma tecnologia natural, que possibilite o armazenamento eficiente para os animais e garante o desenvolvimento sustentável da pecuária brasileira,” afirma o mestrando em Zootecnia e analista da Korin, Antônio Barros Neto.

Por Josafá Neto

Texto originalmente publicado em UFS