UFV inicia atividades da primeira manufatura para pesquisas com baterias de íons lítio de Minas Gerais

Pesquisadores dos departamentos de Química (DEQ), Física (DPF) e Engenharia Florestal (DEF) da UFV já começaram a caracterização dos materiais sintetizados e a produção de baterias de íon lítio coin cell (tipo moeda) para estudos científicos e tecnológicos. A manufatura da Universidade é a primeira de Minas Gerais, a segunda do Sudeste e a terceira do Brasil.

O trabalho integra o projeto Desenvolvimento de Materiais Avançados de Alta Performance para Baterias de Íons Lítio, aprovado na chamada Ação Transversal Materiais Avançados e Minerais Estratégicos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), com valor de R$ 1.678.456,14. O objetivo é desenvolver novos materiais catódicos com alto teor de níquel (Ni), baixo teor de Cobalto (Co) e dopados com metais como Nióbio (Nb), Tungstênio (W) ou Alumínio (Al). O projeto conta ainda com a síntese e estudos de eletrólitos sólidos para este tipo de bateria com o intuito de aumentar a segurança de tais dispositivos.

Segundo o professor Reinaldo Francisco Teófilo, do DEQ, baterias com alto teor de Ni são um desejo da indústria de veículos elétricos (EVs), híbridos (HEVs) ou plug-in (PHEVs), por terem maior densidade de carga e serem menos prejudiciais ambientalmente. Esse tipo de bateria contém menos Co, considerado cinco a dez vezes mais poluidor do que o manganês (Mn), Ni ou ferro (Fe), além de ser um elemento de alto custo e com questões éticas envolvidas na sua produção.

Ainda de acordo com Reinaldo, a equipe multidisciplinar da UFV já conseguiu sintetizar, produzir diversas baterias e testá-las. Agora, chegaram equipamentos que ajudarão a aumentar a produção e obter melhores resultados.

As atividades ocorrem da seguinte forma: no DEQ estão os equipamentos para síntese dos materiais e a manufatura das baterias, enquanto o DPF tem a função de caracterizar os materiais e as baterias, sob a coordenação dos professores Sukarno Olavo Ferreira e Joaquim Bonfim Santos Mendes. Também no DPF, a infraestrutura fica alocada principalmente no Laboratório de Materiais Avançados e no de Eletrodeposição, Superfícies e Películas Avançadas. O DEF, por sua vez, sob coordenação da professora Angélica de Cássia Oliveira Carneiro, fornece carvão ativado sustentável, feito a partir de bagaço de cana-de-açúcar ou eucalipto para a produção dos cátodos.

Texto originalmente publicado em UFV