O Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG) é um instrumento de planejamento de políticas públicas para o desenvolvimento do Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG). Ainda em fase de consultas públicas, o próximo PNPG, que irá vigorar pelo período de 2024 a 2028, deverá apontar estratégias e metas para políticas de pesquisa e de formação de pessoal a serem implementadas na pós-graduação brasileira. Em dezembro o documento final do PNPG 2024-2028 será encaminhado para a aprovação pelo Conselho Superior da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Para debater o próximo PNPG, a Andifes realizou, na última quinta-feira (14), o Seminário “O Plano Nacional de Pós Graduação 2024-2028: situação atual, desafios e perspectivas para a pós-graduação do Brasil”, na sede da entidade, em Brasília. O Seminário reuniu reitores e reitoras das universidades federais, pró-reitores e pró-reitoras de pesquisa e inovação e representantes dos estudantes de pós-graduação para avaliar sugestões e a participação das universidades na elaboração do próximo PNPG.
Para o vice-presidente e representante da Andifes na Comissão responsável pela elaboração do Plano Nacional de Pós-Graduação, reitor Valder Steffen Júnior (UFU), o fato de quase 70% da pós-graduação brasileira ser disponibilizada nas universidades federais, as universidades públicas responderem majoritariamente pela formação de mestres doutores, pós-doutores, pela pesquisa científica, tecnológica e inovação, coloca sobre as universidades o grande desafio de avaliar como fazer melhor aquilo que já fazem bem.
“Foi um Seminário muito bem-sucedido. Vimos nossos reitores, reitoras e pró-reitores com muito desejo de participar e contribuir nesse processo [de construção do PNPG], que coloca sobre cada instituição a responsabilidade de procurar fazer com que a nossa pós-graduação seja sempre atual, desafiadora, ousada e com políticas de inclusão tratadas com visão de futuro, para termos uma maior inserção na sociedade e para que haja o reconhecimento devido por tudo aquilo que é produzido nas nossas universidades públicas”, afirmou o reitor.
A pós-graduação tem um papel fundamental no projeto de desenvolvimento do país, mas seu projeto de transformação precisa de financiamento adequado, de longo prazo e contínuo, lembrou o coordenador nacional do Colégio de Pró-reitores de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação das IFES (Copropi), Flávio Demarco. “A Andifes tem um peso político muito grande para fazer pressão nesse momento de construção desse plano, e colocar nele muitos dos desejos de transformação que precisamos ter na pós-graduação brasileira, como de inclusão, para aumentarmos a diversidade porque em um ambiente diverso a ciência é de melhor qualidade, e, principalmente, dirimir as extremas inequidades regionais”, destacou Demarco.
No mesmo sentido, a pró-reitora de pós-graduação da UFPE, Carol Virgínia Góis, ressaltou a importância de o PNPG interiorizar a pesquisa e reduzir assimetrias entre as regiões do Brasil. “Temos desafios como trabalhar com áreas estratégicas para a pesquisa e desenvolvimento do país, começar a discutir sobre o processo de autoavaliação, e considerar as diferenças que existem entre os programas que estão mais no interior e os que estão mais na capital, a ideia é levar pesquisa de alto nível para o interior do Brasil, e ao mesmo tempo investir muito na internacionalização, além da inserção da inovação e sustentabilidade no contexto da pós-graduação”, afirmou a pró-reitora da UFPE.
A questão do acesso à pós-graduação e assistência estudantil também foi levantada no Seminário, com a participação de Vinícius Santos Soares, presidente da Associação Nacional dos pós-graduandos (ANPG) e membro da Comissão responsável pela elaboração do Plano Nacional de Pós-Graduação 2024-2028. “Esse Seminário foi um processo muito rico porque estamos de fato debatendo uma política que vai ser norteadora da política de pós-graduação, elemento fundamental para a reconstrução do país. As principais medidas que esperamos do próximo PNPG será congregar governo federal e congresso nacional para investimentos para o PNPG sair do papel e entrar em vigor, como por exemplo a expansão do nosso parque nacional de pós-graduação, recursos para universalizar as bolsas e garantir uma política de assistência estudantil e construir uma política de absorção pelo setor produtivo dos mestres e doutores que acabaram de se formar”, concluiu o presidente da ANPG.