Assistência estudantil precisa de financiamento permanente e sustentável, diz presidente da Andifes em audiência no Senado

“Depois da Lei de Cotas temos 51% dos estudantes de graduação negros e negras, e 65% oriundos das escolas públicas. Desde 2010 aumentamos em 33% o número de matrículas, isso significa um amento do número de estudantes que necessitam de auxílio estudantil. Nós, enquanto sociedade, temos a obrigação de trazer esses jovens para a universidade e fazer com que eles permaneçam na universidade”, disse a presidente da Andifes, reitora Márcia Abrahão (UnB) em sua participação na Audiência Pública da Comissão de Educação e Cultura do Senado Federal com objetivo de “debater a importância de programas de assistência estudantil na educação superior”, nesta quarta-feira, 27, em Brasília.

As cotas fizeram a diferença nas nossas universidades, continuou a presidente da Andifes, mas é necessário dar um passo além. “Precisamos cada vez mais dar condições para nossos estudantes da pós-graduações permanecerem nas universidades também, e isso envolve bolsas e que as políticas de assistência estudantil alcancem a pós-graduação. Nas universidades fazemos o ensino, mas também a pesquisa, extensão, cultura, temos os hospitais universitários, e um papel de aproximação com a sociedade com a extensão. A Andifes está esperançosa por um novo momento no país, mas precisamos de financiamento para avançarmos nessas políticas de forma permanente, e com sustentabilidade no longo prazo”, frisou a reitora da UnB.

“Os programas de assistência estudantil são essenciais para a vida acadêmica e educacional de muitos estudantes. A pessoa pode ter a vaga aberta na universidade, mas em muitos casos os estudantes desistem pela falta de condições de pagar o transporte, alimentação, aluguel, material didático para poderem estudar. A Comissão de Educação e Cultura do Senado quer dar uma ênfase bastante especial para programas de assistência estudantil”, afirmou o senador Flávio Arns (PSB-PR), requerente da Audiência e presidente da Comissão.

A Audiência também com a presença da presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Manuella Mirella, Ricardo Tomassi, presidente do Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais e Distrital de Educação (Foncede), Luzia Matos Mota, representando o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal (Conif), Jairo Bolter, representando a Federação de Sindicatos de Professores e Professoras das Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (Proifes).

Em participação remota estiveram Alexandre Brasil Carvalho da Fonseca, diretor de Políticas e Programas de Educação Superior da Secretaria de Educação Superior (SESU/MEC), Fátima Aparecida da Cruz Padoan, presidente da Câmara de Educação Superior do Conselho Estadual de Educação do Paraná (CEE/PR), Levi Castro, representante da Uneafro Brasil e Odilon Máximo de Morais, presidente da Associação Brasileira de Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (ABRUEM).

Veja abaixo a íntegra da Audiência Pública da Comissão de Educação e Cultura do Senado Federal sobre programas de assistência estudantil na educação superior: