Conselho Pleno da Andifes trata sobre a greve dos técnicos-administrativos em Educação com Fasubra, Andes e Proifes

198ª Reunião Ordinária do Conselho Pleno da Andifes, em 21 de março, em Brasília – Foto: Andifes

O Conselho Pleno da Andifes se reuniu com as três principais entidades que estão à frente da organização da greve dos técnicos-administrativos da Educação, deflagrada em 11 de março, e que teve a adesão de trabalhadores de dezenas de universidades em todo o País.

Alguns pleitos da categoria são reajuste salarial, reestruturação da carreira, cumprimento do piso salarial do professor e pautas correlatas, como recomposição orçamentária, democracia e autonomia das universidades federais.  

Essas e outras são as principais bandeiras da Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil), do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) e da Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes), apresentadas, individualmente, às reitoras e reitores no decorrer do segundo dia da 198ª Reunião Ordinária do Conselho Pleno da Andifes, na última quinta-feira, 21 de março, em Brasília.

Conselho Pleno da Andifes em reunião com Diretoria da Fasubra

Ivanilda Oliveira Silva Reis, da coordenação da Fasubra, que reivindica principalmente a reestruturação da carreira dos servidores, considerou a atual greve “justa e legítima”, uma vez que houve tentativas de negociação com o governo, previamente. Ela agradeceu e defendeu a manutenção do apoio da Andifes à causa para facilitar o diálogo dentro das instituições e, assim, evitar eventuais cortes no ponto dos grevistas.

Já Marcelo Rosa Pereira, da coordenação jurídica e relações de trabalho da Fasubra, falou sobre o andamento das negociações com o governo e respondeu que as conversas, por enquanto, estão suspensas. Nesse caso, Pereira explicou que o grupo de trabalho do governo, criado recentemente para tratar da reestruturação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários dos Cargos Técnico-administrativos em Educação (PCCTAE) – em razão da greve da categoria –, é formado por técnicos e isso, em seu entendimento, dificulta o avanço das negociações. Isso porque essas decisões geralmente são políticas, conforme entende.

Conselho Pleno da Andifes em reunião com Diretoria do Andes-SN

Em situação semelhante, a secretária-geral do Andes-SN, Francieli Rebelatto, também informou que, por ora, não conseguiu avançar o seu pleito nas negociações nem com o governo e nem com Congresso Nacional. A recomposição salarial dos servidores é um dos pontos centrais da agenda do Andes-SN colocada sobre a mesa de negociação com o governo, além de pautas correlatas, como recomposição orçamentária, democracia e autonomia das universidades federais.

Conselho Pleno da Andifes em reunião com Diretoria do Proifes

Em outra frente, o presidente do Proifes, Wellington Duarte, defendeu a valorização da carreira docente e disse que os professores e professoras são partes fundamentais das universidades e institutos federais. “Por isso estamos aqui apresentando a nossa proposta de reestruturação de carreira e buscando o apoio necessário para que saiamos vitoriosos nas negociações”, afirmou ele, que participou de forma remota da reunião do Conselho Pleno da Andifes.

O diretor de Assuntos Educacionais do Magistério Superior do Proifes, Geci Silva, que participou da reunião presencialmente, apresentou uma contraproposta a ser apresentada ao governo federal na próxima “reunião da mesa de negociação específica”. O Proifes reivindica a reestruturação da carreira, o cumprimento do piso salarial, atualmente em R$ 4.580,57, e reajuste salarial da categoria que, segundo o diretor, acumula perda de 36,6% no período de 2015 a fevereiro de 2024. Hoje o salário médio do professor graduado (para 40 horas trabalhadas) é de 3.412,63, valor bem distante do piso, criticou o dirigente.

“Os principais objetivos da contraproposta a ser apresentada ao governo são reajustes em 2024, 2025 e em 2026 para que a malha salarial cumpra com o piso do professor, corrigido pela inflação anual do IPCA. Ou seja, considerar em 2026 o salário de entrada do professor 40H graduado em R$ 4.954,34”, defendeu. Para o Proifes, a carreira docente está economicamente empobrecida e que caminha para ser deficitária em curto, médio e longo prazo, porque “não será capaz de atrair nem reter a inteligência e o talento necessários para a manutenção e o avanço da qualidade da educação superior