A Andifes abriu, nesta segunda-feira, 25 de março, o debate sobre os “biomas como ativos estratégicos nacionais: avanços e perspectivas na ciência, tecnologia e inovação a partir da biodiversidade brasileira”, dentro do contexto da programação da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (5ª CNCTI), a se realizar em junho.
O evento on-line é transmitido ao vivo pelo canal da Andifes no Youtube. Os próximos encontros serão na próxima semana, dias 2 e 4 de abril (confira a programação abaixo).
Na abertura do evento, a presidente da Andifes, a reitora Márcia Abrahão Moura (UnB), destacou o tema escolhido pela entidade para subsidiar debates durante o ano – Combate à Fome, com sustentabilidade ambiental, e chamou atenção para a necessidade de se preservarem os biomas brasileiros em prol da própria sobrevivência humana frente às mudanças climáticas.
A reitora lamentou o desmatamento que vem ocorrendo, por exemplo, no Bioma Cerrado, um patrimônio natural que abrange o Distrito Federal, e que prejudica a todos brasileiros, principalmente, os povos originários, cuja sobrevivência depende da biodiversidade.
“O nosso Bioma Cerrado é palco da origem dos principais rios brasileiros e que também tem sofrido com o desmatamento. Cada vez que se reduz o desmatamento da Amazônia, se aumenta o desmatamento no Cerrado”, detalhou.
A presidente da Andifes destacou que a ciência tem um papel crucial para preservação e conservação da biodiversidade brasileira e disse que a Andifes vem trabalhando juntamente com a Capes em busca de alternativas viáveis para preservação das riquezas naturais, que incluem variedades de plantas e de animais.
Nesse caso, a dirigente da Andifes lembrou que a Capes lançou recentemente o Programa Rede de Pesquisa e Desenvolvimento da Região Centro-Oeste, abrangendo o Bioma Cerrado, para o fomento de projetos de pesquisa em bioeconomia, biotecnologia e biodiversidade.
A reitora falou também sobre uma proposta apresentada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para criação de um instituto nacional para o desenvolvimento sustentável do Cerrado, envolvendo várias universidades.
“Sabemos da importância da preservação do Bioma Cerrado. Nós, como universidades e instituições de pesquisa, precisamos conservar todos os biomas e, igualmente, dar o exemplo para sociedade. Por isso, esse debate é tão importante”, defendeu.
O 1° diagnóstico da Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BPBES, na sigla em inglês), um mapeamento da biodiversidade preparado por 85 pesquisadores brasileiros, entre os quais, convidados para o debate organizado pela Andifes, aponta o Bioma Cerrado como a savana tropical fora da África (MMA 2014), ocupando uma extensão territorial de 24% da totalidade nacional, mas que está ameaçado por uma taxa de desmatamento 2,5 vezes maior do que a da Amazônia.
A abertura do evento, sob a mediação do reitor Dacio Roberto Matheus (UFABC), que preside a Comissão de Ciência & tecnologia e Empreendedorismo da Andifes, reuniu o ex-ministro (MCTI) Sergio Rezende, que é coordenador geral da 5ª CNCTI, o coordenador do Colégio de Pró-reitores de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação das IFES (COPROPI), da Andifes, Pedro Carelli (UFPE), entre outros nomes.
Sergio Rezende agradeceu a Andifes pelo convite e enalteceu a retomada das conferências temáticas, após 14 anos, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A primeira reunião organizada pela Andifes dentro do contexto da programação da 5ª CNCTI foi sobre os biomas Cerrado e Caatinga. A transmissão do evento, na íntegra, está disponível no canal da entidade no Youtube.
Confira abaixo a programação preliminar das próximas reuniões organizadas pela Andifes sobre os biomas brasileiros:
Terça-feira (02/04)
9h00 às 12h00 – Avanços e perspectivas na ciência, tecnologia e inovação a partir da biodiversidade do Pantanal
14h00 às 17h00 – Avanços e perspectivas na ciência, tecnologia e inovação a partir da biodiversidade da Amazônia
Quinta-feira (04/04)
9h00 às 12h00 – Avanços e perspectivas na ciência, tecnologia e inovação a partir da biodiversidade da Mata Atlântica
14h00 às 17h00 – Avanços e perspectivas na ciência, tecnologia e inovação a partir da biodiversidade do Pampa
17h00 às 18h00 – Encerramento