Embrapii destaca participação das universidades federais em projetos  de P&D

Conforme Embrapii, 30 centros de ciência e tecnologia estão alocados em universidades federais

Em reunião do Conselho Pleno da Andifes, o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), Francisco Saboya, analisou a conexão entre a entidade e a academia para o desenvolvimento científico e tecnológico nacional e destacou que as universidades federais representam hoje 30% da totalidade dos projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) conduzidos pela organização.

Presidente da Embrapii, Francisco Saboya,
na reunião do Conselho Pleno da Andifes
– Foto: Andifes

Os dados de 10 anos da Embrapii, criada para apoiar instituições de pesquisa tecnológica fomentando a inovação na indústria brasileira, foram apresentados, com mais detalhes, no decorrer da 198ª Reunião Ordinária do Conselho Pleno da Andifes, realizada na semana passada, entre 20 e 21 de março, na sede da entidade, em Brasília.  

Para reitoras e reitores presentes, as informações são extremamente positivas e servem de estímulo para que as instituições mantenham o foco no desenvolvimento cientifico e tecnológico e no avanço socioeconômico nacional.

Conforme Saboya, até agora, a Embrapii aplicou R$ 3,67 bilhões em projetos de empresas em P&D, dentre esses cerca de R$ 1 bilhão conduzidos em parceria com 30 universidades federais a partir de seus alunos e pesquisadores.

Crédito: Embrapii

A Embrapii possui hoje 94 unidades distribuídas pelo Brasil, sendo 30 centros de ciência e tecnologia alocados em universidades federais, correspondentes a 32,6% da totalidade das unidades e a 29% do total de projetos de P&D da organização social.

Economista e mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Saboya discorreu sobre os desafios brasileiros para aumentar a competividade industrial e reforçou que a proposta da Embrapii é desenvolver inovação aplicada à indústria nacional diante da baixa competividade em meio a acirrada concorrência internacional.

O entendimento do especialista é de que as universidades são peças fundamentais no processo de reindustrialização do Brasil.  “O modelo da Embrapii pressupõe a articulação de uma rede de instituições de ciência e tecnologia, que hoje somam 94 unidades, das quais 43% são instituições federais de ensino superior, sendo 30 universidades e 13 institutos federais”, explicou.

Rede de inovação

A Embrapii possui 10.735 colaboradores ativos, liderados, principalmente, por profissionais com graduação (36%), depois com doutorado (21%) e com mestrado (16%). 

Para o presidente da Embrapii, essa rede representa um “patrimônio brasileiro” pronto para agir de maneira mais direta com a indústria, podendo compreender suas dores e seus problemas de perto.

“Ela pode usar sua capacidade tecnológica, a competência de seus cientistas, seus laboratórios mais complexos e metodologias mais sofisticadas para desenvolver tecnologias apropriadas e aplicáveis imediatamente, já que não temos mais tempo”, disse. “Na equação da inovação, ou você bota velocidade ou perde o bonde”, complementou.

Saboya observa que a performance das universidades federais aplicada aos projetos inovadores hoje é similar à dos institutos privados. “As instituições federais estão muito bem na média da unidade Embrapii”, considerou.

Por fim, ele destacou o modelo de atuação da Embrapii, pautado na agilidade, flexibilidade e baixa burocracia, além da modalidade de financiamento tripartite que envolve governo, indústria e instituições de ciência e tecnologia. Trata-se de um modelo similar ao da Embrapa, criada, na década de 1970, para alavancar a competividade do agronegócio com base na ciência, tecnologia e inovação.