Pesquisadores destacam importância de preservação do Pantanal

Em conferência realizada pela Andifes, INPP anuncia contratação de  bolsistas para pesquisas sobre mudanças climáticas no Pantanal. Inscrições estão abertas até 7 de abril

Tema da apresentação de Marinez Isaac Marques, coordenadora de Pesquisa do INPP

Pesquisadores que participaram, nesta terça-feira, 2 de abril, da abertura da conferência temática sobre o bioma Pantanal, um dos eventos organizados pela Andifes dentro do contexto da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (5ª CNCTI), chamaram a atenção para preservação da biodiversidade da região.

Com extensão de 150 mil quilômetros quadrados, o equivalente a 2% do território nacional, o bioma Pantanal possui a maior área inundável do planeta, ocupa parte dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e faz ligação com os biomas Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica.

Mediando a mesa de debate sobre “avanços e perspectivas na ciência, tecnologia e inovação a partir da biodiversidade do Pantanal”, a pesquisadora Ligia Macedo, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMS), disse que o Pantanal é um dos biomas mais preservados do Brasil e, ao mesmo tempo, o que registra a maior taxa de desmatamento, na média, nos últimos anos.

Ligia Macedo (UFMS) fala sobre riquezas e desmatamento no Pantanal

“Quando falamos do Pantanal falamos de algo muito mais complexo, uma vez que somente 4,6% das árvores do Pantanal estão protegidas pelas unidades de conservação”, lamentou a pesquisadora.

A cientista Marinez Isaac Marques, coordenadora de Pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisa do Pantanal (INPP), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), discorreu sobre a história e a estrutura do instituto, criado há dois anos, e disse que o Comite Técnico Científico  (CTC), da entidade, ainda aguarda autorização do ministério para entrar em operação.

Marinez Isaac Marques, coordenadora de Pesquisa do INPP, anuncia bolsas para pesquisas no Pantanal

A estrutura do INPP possui quatro laboratórios de pesquisas que devem ser ocupados por pesquisadores permanentes. Hoje os estudos são conduzidos por intermédio de bolsas de pesquisa e de atividades acadêmico-cientificas nacionais e internacionais, coordenada pelo MCTI e operacionalizadas pelo CNPq.

Marinez Isaac Marques chamou a atenção para o baixo número de inscritos nas primeiras linhas de ação dos projetos de pesquisa (Chamada 1/2024 PCI/INPP, publicada em fevereiro deste ano) sobre mudanças climáticas e Pantanal.

Eram previstas 19 bolsas e foram somente quatro selecionadas.  “Isso foi um pouco frustrante. Esperávamos muito mais inscritos por parte de doutores, mestres e técnicos”, disse.

O INPP decidiu publicar um novo edital (Chamada 2/2024 PCI /INPP). As inscrições estarão abertas até 7 de abril.

Objetivos do INPP

O INPP foi criado para produzir conhecimento, formar recursos humanos e integrar as ações do Centro de Pesquisa do Pantanal (CPP) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Áreas Úmidas (INAU) e das demais instituições de ensino e pesquisa da região. A proposta é fortalecer e ampliar as redes institucionais de cooperação e trabalhar na formulação de políticas públicas para conservação do Pantanal, para viabilizar o uso sustentável dos recursos do bioma e melhorar as condições de vida das populações locais, principalmente.

Assista a conferência na íntegra no canal da Andifes no Youtube