FURG monitora situação do RS por imagens de satélite e simulações em tempo real

Atendendo aos pedidos da comunidade e buscando um formato mais acessível e ilustrativo para os prognósticos e observações realizados pelo Comitê de Avaliação e Prognóstico de Eventos Extremos da FURG, o quarto Boletim de Monitoramento do Fenômeno que atinge o Rio Grande do Sul ganhou um novo formato. Na oportunidade, o professor do Centro de Ciências Computacionais (C3), Glauber Gonçalves apresentou alguns possíveis impactos no município do Rio Grande a partir de imagens de satélite e simulações em tempo real.

Confira abaixo:

Professor Glauber Gonçalves detalha situação por meio de imagens de satélite e simulações em tempo real

De acordo com o professor, “a FURG mobilizou um comitê de atendimento para esses eventos extremos. Estamos trabalhando diariamente para colocar todas as nossas condições técnicas e de informação computadorizada para poder subsidiar as autoridades que estão a frente da gestão dessa crise que se aproxima”, pontuou Glauber.

Ainda de acordo com o docente, neste tipo de situação, onde a força da natureza se impõe de forma intensa, existe – mesmo para a mais avançada ciência – uma limitada capacidade de intervenção. No entanto, a mesma ciência promove outras formas de minimizar alguns destes impactos; e a informação de qualidade é crítica para esse processo.

No vídeo, o professor utiliza de imagens geradas por uma câmera digital de altíssima resolução, instalada em um avião, que sobrevoa o território municipal para registrar a área em sua extensão completa, promovendo informação atualizada e muito precisa. Cada metro quadrado do município está mapeado neste conteúdo, em alta qualidade e escala.

Além de uma visão superficial da cidade, a equipe que realiza a manutenção deste recurso, agregou algoritmos digitais para aprofundar o estudo, como informações obtidas por meio de um instrumento aerotransportado chamado Laser Scanner, que, através de um feixe laser, mede a altitude de cada ponto do município. No resultado, obtem-se uma imagem em escala de Rio Grande, com um filtro colorido sobreposto, semelhante a um mapa de calor, no entanto, as cores correspondem a uma certa altitude, dentro de uma lógica que elenca cores mais avermelhadas a pontos mais baixos do território – e, portanto, mais críticos – assim como cores menos quentes, como o verde, por exemplo, para pontos mais altos – e, portanto, menos críticos e vulneráveis.

Em seguida, Glauber inicia uma série de exercícios de possíveis cenários, levando em consideração alguns parâmetros como os níveis da enchente que atinge a capital do Estado, além de uma série de simulações utilizando dados da inundação de 1941, registrados em Rio Grande. “Estes são alguns exercícios simples, porém, não são nada mais do que isso, uma vez que, em função da carência de dados apropriados sobre a movimentação do corpo d’água que se desloca do Norte, suas medidas, bem como a própria frequência atual de vazão do estuário que banha o município; não é possível mapear este impacto de forma precisa”.

Algumas das áreas que aparecem no vídeo são zonas ao redor do bairro Navegantes, Vila da Quinta, Ilha do Leonídio, Ilha dos Marinheiros e perímetro portuário. “Esta foi uma demonstração da tecnologia que se tem hoje para poder atender na melhor qualidade possível e preparar os agentes públicos que vão atuar neste momento”, complementa o professor ao final da explicação.

Por fim, Glauber ainda considera que é esperado que o sistema estuarino local consiga responder da melhor forma possível o extravasamento do fluxo de água que inevitavelmente desce do Norte do Estado. “Todo sistema estuarino natural, ainda mais o nosso que é dotado de uma obra hidráulica gigante como os Molhes da Barra, possui níveis de máxima vazão que consegue resolver, e diante desse quadro é que vamos testar a eficiência da vazão do nosso sistema que nunca antes foi posto sob prova parecida”.

Fonte: FURG