COPROPI estreita relações com ministérios e defende modernização do modelo de pós-graduação das universidades federais

O Colégio de Pró-reitores de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação das IFES (Copropi), órgão de assessoramento da Andifes, discutiu a modernização do sistema de pós-graduação das universidades federais com representantes do Ministério da Fazenda, do Ministério da Saúde e da Pasta da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), além da CAPES e do CNPq.  

Colégio de Pró-reitores de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação das IFES (Copropi), órgão de assessoramento da Andifes, em reunião, na sede da entidade, em Brasília – crédito: Divulgação

O coordenador do Copropi, Pedro Carelli (UFPE), fez um balanço dos principais pontos abordados durante a reunião do colegiado, realizada de 22 a 24 de abril, na sede da Andifes, em Brasília, e chamou a atenção para a adesão de interessados na modernização do atual modelo de pós-graduação das universidades federais, como os critérios de avaliação, para que os cursos de extensão possam ganhar novos patamares e atender mais a sociedade, o governo e o setor produtivo.

Coordenador do Copropi, Pedro Carelli (UFPE) – crédito: Divulgação

Sob essa ótica, Carelli destacou a fala de palestrantes que pediram o engajamento das universidades federais no processo de inovação tecnológica do País. “Esse é um desafio muito complexo e multifatorial”, apontou.

Carelli pontuou a agenda do Copropi com o secretário executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Rafael Dubeux, no primeiro dia do encontro. Entre alguns pontos, ele mencionou a criação de núcleos de inovação tecnológica nas universidades, medida prevista no Plano de Transformação Ecológica – lançado em dezembro na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023 (COP28). Com valor estimado entre US$ 130 bilhões e US$ 160 bilhões, o plano pretende promover o desenvolvimento sustentável e repensar a globalização.

Reindustrialização

O andamento da política de neoindustrialização, processo de modernização e evolução da indústria, outro ponto de interesse das universidades, também fez parte da agenda com Rafael Dubeux.

“O Ministério da Fazenda tem um plano de adensamento tecnológico e a pasta não quer fazer uma política industrial desacoplada da inovação. Eles veem a importância do papel das universidades federais e querem que nós tenhamos domínio tecnológico”, avaliou. Carelli considera inédita essa visão do Ministério da Fazenda, considerada estratégica para o desenvolvimento econômico e redução das desigualdades.

Em agendas diferentes, o Colégio de pró-reitores se reuniu, ainda, no primeiro dia da reunião ordinária, com o Secretário de Desenvolvimento Tecnológico do MCTI, Guilherme Calheiros, com Mônica Feltz, do Ministério da Saúde, com o ex-ministro (MCTI) Sergio Rezende e com o presidente do CNPq, Ricardo Galvão.

Já no segundo dia do encontro, em 23 de abril, o Colégio de pró-reitores se reuniu com o Professor Antônio Gomes, da Diretoria de Avaliação da CAPES.

“Foi uma agenda muito rica. Conseguimos reunir novos parceiros para dialogar sobre a importância do engajamento das políticas de pesquisa e de pós-graduação das universidades, em uma pauta mais ampla, de interesse dos ministérios e do País”, acrescentou.

O entendimento é de que há consenso para mudanças do atual sistema de pós-graduação.

“As falas do diretor Antônio Gomes estão muito alinhadas com o que o Colégio de pró-reitores tem pensado para necessária evolução do sistema de pós-graduação do Brasil, mudanças nos critérios de avaliação em relação ao mestrado e doutorado acadêmicos profissionais, e uma série de políticas que precisamos evoluir”, defendeu Carelli.

Para Carelli, o avanço do Brasil depende de pessoas altamente qualificadas, com mestrado e doutorado que possam resolver os problemas da sociedade. “Para continuarmos atendendo as demandas da sociedade, precisamos modernizar o sistema de pós-graduação”.

Entre as mudanças, o coordenador do Copropi defende mais flexibilidade nos programas de pós-graduação e mais liberdade para que as universidades possam atualizar seus sistemas de pós-graduação. “Precisamos formar cada vez mais mestres e doutores para fora da academia, que possam atuar no setor privado e no governo”, defendeu.

A reformulação dessas medidas contribui, por exemplo, para o fortalecimento da inovação nas universidades que, em termos práticos, pode se converter em editais provenientes do FNDCT ou de outros fundos de fomento por parte dos ministérios. 

Carelli destacou a contribuição da Andifes para o avanço dessas pautas, sobretudo na criação do grupo de trabalho sobre política de inovação das universidades, conferindo subsídios para que os reitores e as reitoras das universidades federais possam ter mais conhecimento sobre a condução das políticas de inovação das instituições.