A Andifes assumiu a presidência do Enlaces – Espaço Latino-americano e Caribenho de Educação Superior para o biênio 2024-2026. A posse ocorreu durante a III Conferência Geral Enlaces, na Universidad Nacional de San Luis, na Argentina, nesta quinta-feira (9). A presidente da Comissão de Relações Internacionais da Andifes, reitora Sandra Goulart (UFMG) é a representante da entidade na Diretoria de Administração do ENLACES.
A presidente da Andifes, reitora Márcia Abrahão Moura (UnB) avalia como “uma grande honra e responsabilidade” para a Andifes ocupar a presidência do Enlaces. “Trabalharemos para fortalecer a educação superior pública na região, com forte responsabilidade social e ambiental e total compromisso com a democracia”, afirmou.
Na avaliação da reitora Sandra, esse é um momento especial para a Andifes. “Estamos muito felizes e esperamos que esse espaço tenha um papel importante, cada vez mais, tanto para as instituições como para os países do bloco”, declarou.
A reitora reforçou que a Educação Superior é um bem público, um direito de todos e de responsabilidade dos Estados. Como palestrante, fez questão de falar em português por considerar “um ato político”, mesmo tendo o domínio em falar espanhol. “Creio que um dos maiores desafios para integração regional é compreender as diferenças que cada nação e que cada país tem, e a diferença também passa pela língua”, considerou.
A presidente da Comissão de Relações Internacionais da Andifes fez uma reflexão sobre a conjuntura mundial e acrescentou que o acadêmico também exerce posição política. “Para aqueles que muitas vezes criticam posições típicas da América Latina, que são políticas, temos de recriar uma famosa frase do movimento feminista, a que diz ‘o pessoal é político` para ‘o acadêmico é político`. Falar da educação superior é falar da política de nossos países”, afirmou.
Desigualdade de gênero
Na opinião da reitora, a desigualdade de gênero ainda é um ponto negativo da região e defendeu a presença feminina tanto na política como na gestão do ensino superior. “Ainda precisamos avançar na pauta de inclusão das mulheres em todas as áreas, não apenas na educação superior e nem em áreas como as exatas, mas na reitora, na chefia e na gestão de nossas universidades”, analisou.
Sandra Goulart, nesse caso, considerou fundamental ampliar os laços de cooperação nos debates do Enlaces para aumentar a rede de reflexão fronteiriça. “É nessa fronteira que temos intercâmbios culturais e políticos muito importantes”, disse.
Por fim, na observação da reitora, o Brasil vem avançando nesse caminho, criando uma rede de cooperação entre fronteiras, promovendo intercâmbios multilateral e transdisciplinar e quebrando as tradicionais barreiras estabelecidas.
“Investir em pensar em redes fronteiriças nos permitem também questionar os próprios limites como países e como cultura. Esse é um investimento importante para tentar abrir o Enlaces a outras participações, construindo um plano de trabalho que leve em consideração o respeito à diversidade e que reconheça o potencial de integração entre as nossas instituições”.