Capes destaca protagonismo das universidades federais na produção científica, em debate organizado pela Andifes na 5ª CNCTI

Reitoras e reitores das universidades federais e representantes do Ministério da Educação na 5ª CNCTI – foto: Ascom-Andifes

Reitores e reitoras das universidades federais brasileiras participaram do debate “As universidades públicas no Brasil: presente e futuro”, na 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (5ª CNCTI), realizada nesta quinta-feira, 1º de agosto, no Centro de Eventos e Convenções Brasil 21, em Brasília.

Sob a mediação da reitora Márcia Abrahão Moura (UnB), ex-presidente da Andifes, a mesa reuniu a presidente da Capes, Denise Pires de Carvalho, representando o Ministério da Educação (MEC), o reitor Alfredo Gomes (UFPE), o reitor Dácio Matheus (UFABC), responsável pela relatoria do debate, Manoella Mirella, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), e o presidente da Sociedade Brasileira de Física (SBF), Rodrigo Capaz.

A presidente da Capes iniciou o debate destacando o protagonismo das universidades federais na produção científica e tecnológica do Brasil. “É muito importante que tenhamos, nesta 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, o conhecimento de que a produção científica acontece majoritariamente nas universidades públicas, com algumas exceções”, disse.

Debate sobre “As universidades públicas no Brasil: presente e futuro”, na 5ª CNCTI – foto: Ascom-Andifes

Segundo ela, 60% da ciência brasileira é produzida por 15 instituições públicas, das quais 11 são federais e quatro estaduais. “Quando olhamos para as 20 maiores universidades na produção científica, são todas universidades públicas”, afirmou.

A titular da Capes apresentou os pilares das universidades públicas – ensino, pesquisa e extensão – e acrescentou que a produção científica brasileira vem crescendo progressivamente ao lado da pós-graduação brasileira.  Ou seja, quanto maior é o número de titulados, maior é a produção científica nacional. “Existe essa estreita relação e, por isso, apresento a expansão do sistema de pós-graduação no Brasil, que está majoritariamente nas universidades públicas”, acrescentou.

Presidente da Capes, Denise Pires de Carvalho destaca papel das instituições públicas – foto: Ascom-Andifes

A presidente da Capes mostrou, ainda, a curva ascendente dos programas de pós-graduação, a partir de 2000, em sintonia com o aumento de cursos e de número de titulados. Essa tendência positiva, porém, foi interrompida no período da pandemia, principalmente, refletindo o “subfinanciamento” da pós-graduação no governo anterior, segundo disse.

Denise Pires de Carvalho, que foi reitora da UFRJ, lembrou que na década de 1990 o sistema de pós-graduação era concentrado principalmente no Distrito Federal e nas regiões Sul e Sudeste, enquanto que no Nordeste, somente na região litorânea. “O sistema hoje atinge 323 municípios da Federação e, a partir de 2010, passamos a ter produção científica em todas as regiões do país”, comemorou.

Reitor Alfredo Gomes (UFPE) destaca carência orçamentária das universidades federais – foto: Ascom-Andifes

Na mediação do debate, a reitora Márcia Abrahão Moura (UnB) destacou o protagonismo das universidades federais tanto no cenário da pesquisa nacional como no mercado internacional. No entendimento da ex-presidente da Andifes, a produção científica das instituições reflete diretamente a melhoria da qualidade de vida do brasileiro.

Carência orçamentária

Em seguida, o reitor Alfredo Gomes (UFPE), representante da Andifes no Fórum Nacional de Educação (FNE) e na Conferência Nacional de Educação 2024 (Conae), direcionou o foco para a carência orçamentária das universidades federais. Para o reitor, essas instituições precisam ter estabilidade e sustentabilidade financeira em curto, médio e longo prazos, para que seja possível assegurar qualidade de vida da população e a soberania nacional.

Reitor Dácio Matheus (UFABC) faz relatoria do debate – foto: Ascom-Andifes

O reitor lembrou que as instituições enfrentam dificuldades orçamentárias consideráveis desde o governo anterior. “Sofremos muito nos últimos anos e devemos, enquanto país –, e tenho a certeza de que Denise (presidente da Capes), o ministro Camilo Santana (MEC) e o presidente Lula têm essa preocupação – achar uma forma mais perene e mais permanente de financiamento das universidades, assim como da ciência, tecnologia e inovação”, analisou.

Já o reitor Dácio Matheus (UFABC) avaliou que o debate contribui com o aperfeiçoamento das políticas públicas voltadas para as universidades federais.

Reitora Sandra Goulart (UFMG) – foto: Divulgação

Debates temáticos

Vários reitores das universidades federais participaram de debates temáticos no decorrer da 5ª CNCTI nesta semana, de 30 de julho a 1º de agosto.

Na quinta-feira, 1º de agosto, a vice-presidente da Andifes e reitora Sandra Goulart (UFMG) participou do debate sobre “Educação superior e os sistemas territoriais de inovação. A conversa foi mediada pela pesquisadora Ana Cristina Fernandes (UFPE) e contou ainda com a participação de Luiz Curi (Conselho Nacional da Educação/CNE), de Elias de Pádua Monteiro (Conif), de Odilon Máximo de Morais (Uneal/Abruem) e de Luiza Rangel (MCTI), como relatora.

Reitora Joana Angélica Guimarães (UFSB) – foto: Ascom-Andifes

Na ocasião, a reitora da UFMG avaliou o ecossistema de inovação e disse que a consolidação desse processo passa, necessariamente, pela participação das instituições de ensino superior. “Temos que consolidar isso como um importante trunfo para trabalhar a inovação”, conclui.

Já a reitora Joana Angélica Guimarães (UFSB) participou do debate “Formação profissional de novos pesquisadores para os novos desafios e empregabilidade. Sob a coordenação de Carol Leandro (UFPE), a mesa reuniu também a pesquisadora Flávia Calé (USP) e os profissionais Felipe Morgado (Senai), Goret Pereira Paulo (FGV) e José Goutier Rodrigues (Positivo).

Reitor Emmanuel Tourinho (UFPA) – foto: Ascom-Andifes

Nesse debate, a reitora da UFSB falou sobre diversidade e inclusão na atividade acadêmica pensando na formação profissional. “Primeiro precisamos definir o que é diversidade e inclusão, que vão desde a inclusão de pessoas, de coletivo sub-representado, até a forma de pensar na inclusão da juventude, fator extremamente importante para entendermos a grande evasão hoje nas universidades pensando na questão profissional, além de entender as diferenças regionais”.

Reitor Paulo César Miguez (UFBA) – foto: Ascom-Andifes

Na quarta-feira, 31 de julho, o reitor Emmanuel Tourinho (UFPA) falou sobre “Oportunidades e desafios para o desenvolvimento nacional sustentável e inclusivo”, com a participação de representantes do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. O debate, sob a mediação da presidente da ABC, Helena Nader, contou ainda com participação da pesquisadora Elisa Wandelli (Embrapa e CDESS).

Nesse mesmo dia, o reitor Paulo César Miguez (UFBA) participou do debate “Ciência, cultura e economia criativa”, ao lado de Márcio Tavares (Minc), de Márcio Rangel (Mast), Domingos Leonelli (Instituto Pensar), da deputada federal Jandira Feghali e de Claúdia Leitão (Minc e Unesco).