UFRN reúne pesquisadoras nacionais em evento sobre mulheres na ciência

Foto: Cícero Oliveira

Os desafios das mulheres na pesquisa científica foram discutidos em mesa-redonda realizada na manhã desta segunda-feira, 24, pela Pró-Reitoria de Pesquisa (Propesq) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Mulheres e homens da comunidade universitária acompanharam o evento, que abordou o tema Construindo Pontes: gênero, raça e a presença feminina na pesquisa científica

O reitor da UFRN, José Daniel Diniz Melo, participou da cerimônia de abertura, quando ressaltou a importância da iniciativa a fim de fortalecer políticas e ações concretas para enfrentamento dos problemas e efetivação do cenário de equidade e justiça. “As Universidades têm o poder transformador de quebrar paradigmas e abrir caminhos para que as mulheres ocupem qualquer cargo ou profissão que desejarem”, afirmou Daniel Diniz, ao lembrar que os preconceitos e limitações são mais evidentes na parcela preta e parda da população feminina.

A pró-reitora de Pesquisa da UFRN, Silvana Zucolotto Langassner, complementou que a mesa-redonda é uma oportunidade para os participantes conhecerem dados nacionais e internacionais, além de servir como momento para inspirar a gestão da UFRN a propor ações institucionais que busquem modificar as assimetrias. A primeira realizada na instituição foi o edital Mães Pesquisadoras, em 2024, que financiou a pesquisa desse grupo de mulheres com vistas a garantir a sua progressão e permanência na carreira científica.

O edital se destacou como uma das ações certificadas com o Selo ODS Educação, em reconhecimento ao seu impacto social. Para 2025, a pró-reitora informou que espera contemplar outras mulheres que se inscreveram no Mães Pesquisadoras, assim como lançar um prêmio e outro edital focado nas mulheres negras da UFRN, em parceria com a Secretaria de Inclusão e Acessibilidade (SIA). 

A abertura foi seguida pela palestra da reitora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Márcia Cristina Bernardes Barbosa, que abordou o tema Mulheres na ciência: uma verdade inconveniente. A gestora apresentou estatísticas sobre a presença feminina na academia e explicou o efeito tesoura, no qual o número de mulheres diminui de acordo com a progressão da carreira. De acordo com Márcia Barbosa, a equidade não apenas garante oportunidades para as mulheres, mas também representa um fator decisivo na produtividade de uma instituição. “A diversidade está associada à inovação”, afirmou, com base em dados de pesquisas científicas.

O evento contou, ainda, com a presença da professora da Universidade de São Paulo (USP) e diretora de diversidade da Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento, Adriana Alves; e da professora da UFRGS e coordenadora do movimento Parent In Science, Fernanda Staniscuaski.

Por Marina Gadelha (UFRN).