UNILA leva conhecimento científico a espaços públicos por meio da extensão universitária

Hoje, 5 de junho, é o Dia Mundial do Meio Ambiente e da Ecologia, uma data que ganha cada vez mais importância em um mundo já bastante marcado pelos sinais das mudanças climáticas provocadas pela ação do homem. A preocupação com o meio ambiente também tem se tornado uma pauta central no debate acadêmico e científico. Por um lado, as pesquisas buscam e propõem alternativas e soluções para os desafios que se apresentam, por outro lado, os projetos de extensão promovem a prática do conhecimento acadêmico junto com a comunidade. Conservação da biodiversidade, uso racional dos recursos naturais e desenvolvimento de tecnologias limpas são exemplos de iniciativas ligadas às preocupações com o meio ambiente. 

Redução de resíduos sólidos

Um dos principais desafios das cidades é a destinação correta dos resíduos sólidos urbanos (RSU). Com foco nesse tema, docentes e estudantes da UNILA estão desenvolvendo um projeto de extensão com o objetivo de gerar biogás e biofertilizantes em escolas estaduais do Paraná a partir de resíduos orgânicos.

O projeto Biogás na Escola teve início em 2022, com a montagem de um pequeno biodigestor no Colégio Estadual Gustavo Dobrandino da Silva para a produção de biogás. A experiência teve bons resultados e está sendo retomada no mesmo colégio e expandida para o Centro Estadual de Educação Profissional Manoel Moreira (Colégio Agrícola) e o Colégio Estadual Flávio Warken. Todo o processo de produção tem o envolvimento dos alunos, que fazem a coleta das sobras da merenda, pesam e preparam o conteúdo e a ser levado ao biodigestor. O biogás produzido será utilizado para o preparo das refeições na cozinha da escola e para o ensino de diferentes disciplinas como matemática, química, geografia, física e metodologia científica e para a apreensão de conceitos como os relacionados a temperatura e pressão, cálculo de massa, volume e termodinâmica.

“Participando dos procedimentos, os alunos conseguem enxergar que o resíduo deixou de ir para o lixo da cozinha. Isso vai ajudar a conscientizá-los da importância de ser reciclar o resíduo produzido”, diz Diego Flores, docente da área de Geografia e coordenador do projeto. Posteriormente, eles irão aprender como calcular a quantidade resíduos orgânicos que deixam de ser enviados ao aterro sanitário e a do óleo diesel que deixa de ser consumido no transporte desse material.

Também é objetivo do projeto o desenvolvimento de um aplicativo “transformando como aliado no aprendizado um principais fatores de distração dos estudantes na atualidade: o telefone celular”. O aplicativo será utilizado para automatizar o registro e o acesso às informações das ações do projeto como cálculo da produção de biogás e de biofertilizante, da economia de óleo diesel e da emissão de CO2. Além disso, o aplicativo também deve estimular e facilitar a divulgação dos resultados para a comunidade envolvida.

As atividades podem ser acompanhadas no perfil do projeto do Instragram: @biogasunila

Plantas para a saúde 

raizes.pngAs plantas medicinais são opções terapêuticas usadas em práticas milenares e como complemento aos tratamentos convencionais, além disso, propiciam o uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional. É com o objetivo de estimular o uso adequado dessas plantas que um grupo de docentes e estudantes da UNILA desenvolve o projeto “Raízes da Saúde – Promoção de educação em saúde sobre plantas medicinais para hipertensos e diabéticos”, realizado com grupos de educação em saúde nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).

O docente Thiago Luis de Andrade Barbosa, coordenador do projeto, lembra que o uso indiscriminado de plantas medicinais e de fitoterápicos sem orientação pode ocasionar eventos adversos e intoxicações. O uso racional leva em consideração uma série de conhecimentos como a identificação correta da planta, qual parte da planta deve ser usada (flor, raiz, folha, semente), o modo de preparo e a dose apropriada.

Além do contato com hipertensos e diabéticos atendidos nas UBS, o projeto fornece informações por meio de materiais educativos (folder, panfleto e vídeos) com orientações sobre o uso correto dessas plantas, as contraindicações e efeitos tóxicos. As atividades do projeto podem ser acompanhadas no Instagram: @raizesdasaude.unila

Os anfíbios e o equilíbrio ecológico

sapo.pngTendo como ponto de partida que a educação ambiental é uma ferramenta importante para conscientização da população frente aos problemas socioambientais o projeto “Tem sapo na rua: desmistificando e conhecendo a biodiversidade de anfíbios” leva informações sobre a importância ecológica dos anuros, grupo que inclui os sapos, rãs e pererecas, e as ameaças a sua biodiversidade.

“Queremos desmistificar este grupo e provocar uma reflexão sobre como nossas ações individuais e coletivas afetam a biodiversidade e o equilíbrio dos ecossistemas”, diz o coordenador do projeto Michel Varajão Garey, docente da área de Biologia. Os anuros possuem uma grande variedade de funções ecológicas em ecossistemas terrestres e aquáticos. Eles ajudam, por exemplo, no controle das populações de insetos que transmitem doenças ou que prejudicam plantações.

O docente explica que é importante reconhecer quais grupos de organismos são mais vulneráveis às mudanças em seu ambiente e que medidas podem ser implementadas para manter o equilíbrio dos ecossistemas. Os anfíbios, diz ele, são os organismos mais ameaçados entre os diferentes grupos de fauna, com aproximadamente 41% das espécies sobre algum grau de ameaça. “Os anuros vivem em diferentes ambientes ao longo de suas vidas e, por isso, são diretamente afetados por atividades que impactam os ambientes terrestres e aquáticos, como a mineração, expansão urbana e agrícola, poluição do ar, da água e do solo, dentre outros fatores.”

As atividades itinerantes são realizadas em feiras, eventos e locais de grande circulação de pessoas. O estande conta com material biológico – sapos, rãs e pererecas da Coleção de Anfíbios da UNILA tanto girinos como adultos – material audiovisual e sonoro (canto dos anuros) e livros. Estudantes participantes do projeto fazer apresentações e esclarecem dúvidas das pessoas. O projeto também pode ser acompanhado pelo perfil no Instagram: @lemet.unila

(Foto desta página: Renato Gaiga)

Microbiologia e biodiversidade

microlandia.pngOs micro-organismos, que estão presentes em nosso cotidiano e são importantes social e economicamente, estão sendo vítimas das informações falsas propagadas em plataformas sociais. Para evitar a confusão entre o que é real e o que é falso, um grupo de docentes e estudantes da UNILA criou o projeto “Microlândia: o mundo microbiano”, para divulgar e popularizar o conhecimento científico abordando temas como saúde, biotecnologia, alimentação e meio ambiente.

“A maioria das pessoas tem a ideia errada de que todos os micro-organismos são prejudiciais, especialmente porque pouco se sabe sobre quem são, como vivem e quais suas funções”, descreve o projeto, coordenado pela docente Rafaella Costa Bonugli Santos. O Microlândia é o elemento digital de um outro projeto, o Museu Itinerante de Microbiolgia.

O Museu participa de feiras e eventos da cidade, levando atividades que buscam ampliar, de maneira criativa, a compreensão de conceitos da microbiologia como biodiversidade, relação com seres humanos e alimentação e a importância dos micro-organismos. O público pode conhecer parte da Coleção de Cultura de Micro-organismos de Interesse Biotecnológico e Ambiental da UNILA, como fungos usados para produção de alimentos e antibióticos e bactérias. As informações sobre micro-organismos podem ser consultadas no Instagram: @microlandia_unila

Roxo que te quero verde 

Em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, a Pró-Reitoria de Extensão (PROEX), em parceria com o Mercado Público Barrageiro e a Secretaria Municipal de Cultura de Santa Terezinha de Itaipu, preparou uma série de atividades que serão realizadas ao longo do mês de junho por projetos de extensão relacionados ao tema, reforçando o compromisso da UNILA com a sustentabilidade e a interação com a comunidade.

A primeira atividade dirigida à comunidade local será a exposição “Natureza (re/a) presentada: Arte por quem estuda a vida”, que será aberta na sexta-feira, às 19h. A exposição reúne obras em diferentes técnicas e estilos, criadas por estudantes e egressos do curso de Ciências Biológicas – Ecologia e Diversidade, da UNILA, que traduzem em imagem, cores e formas a complexidade e a beleza — nem sempre óbvia — da biodiversidade. A exposição é um convite à reflexão ética, estética e ecológica sobre a conservação da natureza e da vida. 

Fonte: UNILA