UFSB e UESC encerram ciclo de atividades em defesa da Mata Atlântica rumo à COP-30

O Sul da Bahia foi palco da COP Mata Atlântica – Hileia Baiana, encontro que integrou as atividades preparatórias para a COP-30, prevista para novembro, em Belém (PA). O encerramento do evento foi promovido conjuntamente pela Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) e pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC).

O evento aconteceu no auditório Governador Paulo Souto, na UESC. Em sua abertura, o público pôde acompanhar o Coral do Colégio Estadual de Salobrinho, que emocionou ao interpretar músicas autorais e canções brasileiras.

Em seguida, foi a vez instalar o painel institucional, com a presença da reitora de UFSB, Joana Angélica Guimarães; o reitor da UESC, Alessandro Fernandes de Santana; o representante do Instituto Arapyaú, Ricardo Gomes; o diretor geral da Ceplac, Thiago Viana; a representante da sociedade civil e presidente da Nossa Ilhéus, Socorro Mendonça; o presidente da AMURC, Elder Fontes; o agente de desenvolvimento do Banco do Nordeste, Marco Antônio Araujo Vieira; o secretário executivo dos Consórcios Intermunicipais, Luciano Veiga; e as representantes do Território Litoral Sul, Áurea de Souza e a cacica tupinambá Maria Ivonete Silva Amaral.

Durante a plenária, representantes de diversas instituições e movimentos sociais destacaram a importância da união entre as universidades e entidades regionais como estratégia para potencializar projetos voltados ao desenvolvimento sustentável e à valorização dos ecossistemas locais.

A professora Joana Angélica destacou a importância de ampliar o olhar para além da academia, reconhecendo que há muito a aprender com os povos originários, que habitam o território há séculos e desenvolveram formas sustentáveis de convivência com a natureza. Para ela, é essencial fortalecer o trabalho coletivo em uma sociedade marcada pela competitividade, buscando a cooperação como caminho para enfrentar a crise climática.

A reitora também ressaltou a necessidade de repensar a relação da humanidade com o planeta e com os recursos naturais, de modo que todos possam usufruir de uma vida digna e equilibrada. Ao refletir sobre a COP-30, enfatizou a importância de que todos os biomas brasileiros estejam representados, reafirmando a diversidade ecológica do país como elemento nas discussões globais sobre o clima.

Após o final da plenária, foi apresentado o teaser do vídeo “Vozes da Mata Atlântica”, produção realizada pela professora da UFSB, Joana Brandão, com apoio do professor Leonardo Moraes.

A programação incluiu o plantio simbólico de uma árvore da Mata Atlântica, em frente à biblioteca da UESC. Durante o plantio, a professora Joana Angélica ressaltou a importância de reconhecer o caráter simbólico da ação, lembrando que o verdadeiro compromisso com o meio ambiente exige repensar as práticas humanas que impactam o planeta. Ela destacou que não basta plantar árvores, se não houver uma mudança efetiva nas atitudes e na forma como a sociedade se relaciona com a natureza.

No estacionamento do Centro de Arte e Cultura, foram expostos pôsteres com resultados de pesquisas e projetos que evidenciam o impacto das ações desenvolvidas pelas universidades e por organizações parceiras no enfrentamento à crise climática.

As mesas-redondas realizadas abordaram temas como o uso da terra e os sistemas agroflorestais como estratégias de mitigação e a conservação e restauração da Mata Atlântica do Sul da Bahia sob uma perspectiva de futuro.

As reflexões que permearam o encontro destacaram a urgência de rever as formas de relação com o planeta e com os recursos naturais, reconhecendo o valor dos saberes tradicionais e o papel dos povos originários na convivência sustentável com a natureza.

O evento foi realizado em três etapas, com o apoio do professor Leonardo Moraes, e contou com programações nas três cidades onde a UFSB está inserida. A iniciativa teve como propósito fortalecer o protagonismo da Mata Atlântica do Sul e Extremo Sul da Bahia no debate climático global. O território é considerado estratégico para o equilíbrio ambiental e para a sociobiodiversidade brasileira.

Fonte: UFSB