A Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT) ganhou destaque internacional ao ser mencionada em reportagem do portal de notícias russo RT, publicada no dia 28 de outubro, sobre uma expedição científica conjunta com a Universidade Estadual de Tyumen, da Rússia. A iniciativa, realizada na região do Bico do Papagaio, no norte do Tocantins, marca o primeiro passo para a criação de uma estação de pesquisa russo-brasileira na Amazônia, voltada ao estudo da biodiversidade e das mudanças climáticas.

A expedição científica “Bico do Papagaio: Biodiversidade, Ecótono e Mudanças Climáticas no Norte do Tocantins” ocorreu nos dias 8 e 9 de outubro e foi coordenada pelo Instituto de Inovação e Internacionalização da UFNT (Inova-In/UFNT), com o apoio de órgãos do governo federal, como a Secretaria de Patrimônio da União (SPU), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins).
Localizada na confluência dos rios Tocantins e Araguaia, a área do Bico do Papagaio é considerada um ecótono — zona de transição entre o cerrado e a floresta amazônica — de grande interesse científico. Durante a expedição, os pesquisadores realizaram o levantamento do local onde será construída a Estação de Monitoramento de Mudanças Climáticas do Bico do Papagaio, além de coletarem dados sobre flora, fauna e comunidades indígenas da região.
“A expedição foi um sucesso total, a primeira de muitas que virão. Iniciamos um projeto que fornecerá conhecimento científico relevante sobre a singular região amazônica”, afirmou o vice-reitor da UFNT, professor Nathaniel Araújo.
O professor Freid Romão, um dos coordenadores da iniciativa, destacou que a missão “catalogou dezenas de espécies da fauna e flora locais e fortaleceu a rede de colaboração entre organizações nacionais e internacionais nas áreas das ciências da vida e do meio ambiente”.
O projeto faz parte de um acordo de cooperação assinado em maio deste ano entre os ministros da Ciência de Brasil e Rússia, Luciana Santos e Valery Falkov. O objetivo é desenvolver pesquisas conjuntas sobre biodiversidade, bioeconomia e sustentabilidade, com apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
A nova estação de campo estudará a biodiversidade e o clima na Amazônia, em colaboração com instituições como a Universidade Estadual de Moscou Lomonosov e a Universidade Estatal Agrária Russa – Academia Agrícola Timiryazev, além de universidades e centros de pesquisa brasileiros.
A reportagem do jornal russo destaca que o projeto também busca contribuir para a criação de modelos de bioeconomia sustentável, respeitando a biodiversidade e os modos de vida das populações indígenas da Amazônia.