COP30: universidades amazônicas debatem transição climática justa

Painel do MEC na COP30 destaca o papel das universidades federais da região na integração entre ciência, saberes tradicionais e inovação sustentável

Foto: Divulgação/MEC

Durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), realizada em Belém (PA), o Ministério da Educação (MEC), por meio da Secretaria de Educação Superior (Sesu), promoveu o painel “Universidades Amazônicas e a Transição Climática Justa: ciência, saberes tradicionais e inovação para um futuro sustentável”. O encontro ocorreu nesta quinta-feira, 13 de novembro, e reuniu reitores, pesquisadores e lideranças regionais para discutir o papel estratégico das universidades federais da Amazônia na construção de soluções sustentáveis para o planeta.

O secretário de Educação Superior do MEC, Marcus David, destacou o protagonismo das universidades amazônicas na produção de conhecimento e na promoção de um desenvolvimento ambientalmente responsável.

“A Amazônia é um território de conhecimento e vida. É nas universidades federais da região que se encontram as respostas transformadoras para um futuro sustentável, baseado na união entre ciência, inovação e saberes tradicionais”, afirmou o secretário.

Participaram do painel a vice-presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Ana Beatriz Oliveira; a reitora da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), Aldenize Ruela Xavier; o reitor da Universidade Federal do Pará (UFPA), Gilmar Pereira Silva; e o reitor da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), Francisco Ribeiro da Costa.

Ana Beatriz Oliveira ressaltou a importância da Carta de Belém, documento produzido pela Andifes para a COP30 que reafirma o protagonismo das universidades da Amazônia na construção das narrativas, diagnósticos e soluções sobre a própria Amazônia, defendendo que esses territórios falem em primeira pessoa sobre seus desafios, potencialidades e caminhos para o futuro.

Os reitores ressaltaram que as universidades amazônicas estão na vanguarda da produção científica e da inovação sustentável, atuando como polos de inteligência regional e pontes entre o conhecimento acadêmico e os saberes tradicionais. Enfatizaram, ainda, a relevância de integrar o conhecimento científico ao saber milenar dos povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e demais comunidades tradicionais, reconhecendo que não há futuro sustentável sem o protagonismo desses guardiões originais da floresta.

Os dirigentes também apresentaram projetos e experiências desenvolvidos nas instituições, como ações de restauração florestal, monitoramento ambiental por satélite, bioeconomia e energias renováveis adaptadas às condições amazônicas. Destacaram ainda iniciativas de extensão e de inovação social, voltadas ao fortalecimento de cadeias produtivas sustentáveis, à inclusão de comunidades tradicionais e à valorização da diversidade na pesquisa e na formação profissional.

O painel integrou a programação oficial do governo brasileiro na COP30 e reforçou o compromisso do MEC com o fortalecimento das instituições federais de ensino superior, especialmente as localizadas na Amazônia, como centros de excelência científica e de justiça climática, entendendo que não há como debater a região sem a presença e o protagonismo das instituições da região.

MEC na COP30 – Em novembro de 2025, o Brasil sedia a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém, no coração da Amazônia. Na conferência, o MEC participa ativamente da Agenda de Ação da COP30, que reúne 30 objetivos-chave voltados à transformação de compromissos em resultados concretos. A pasta atua no 18º objetivo, que contempla o tema “Educação, capacitação e geração de empregos para enfrentar a mudança do clima”. Confira a programação completa do MEC na COP30.

Fonte: MEC