
Painel destaca desafios do ensino superior público e seu papel em soluções climáticas.
Diferente do que ocorre em alguns países, no Brasil o ensino superior é público. Mas quem paga a conta? O Governo Federal, com recursos dos impostos que arrecada. Assim é nas 69 instituições de ensino superior que existem no Brasil atualmente, e, nesse contexto, está incluída a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa). Não é raro faltar dinheiro para esse financiamento.
O tema foi debatido durante o painel apresentado por pesquisadores da Ufopa na sala Miritizeiro do Pavilhão Pará, na Zona Verde (Green Zone) da COP30, que ocorre em Belém de 10 a 21 de novembro.
Com o título “O papel do investimento governamental sobre soluções concretas para o enfrentamento da crise climática, a valorização da floresta em pé e a promoção de modelos de desenvolvimento inclusivos e sustentáveis”, o painel foi moderado pelo Prof. Dr. Alex Santos, do Instituto de Engenharia e Geociências (IEG), e contou com a participação dos pesquisadores: Profa. Dra. Lílian Rebellato, do Instituto de Ciências da Sociedade (ICS); Prof. Dr. Gabriel Costa, do Instituto de Biodiversidade e Florestas (Ibef); e Profa. Dra. Jorgiene Oliveira, do Campus Alenquer, atual diretora de Planejamento da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam); além da reitora da Ufopa, Aldenize Xavier.
Xavier afirmou ser esse [o do financiamento] um debate muito importante. “O que nos falta?”, questionou a reitora. “Financiamento”, respondeu ela, afirmando ser este “um gargalo” no financiamento das pesquisas, e destacou ser “muito oportuno” falar sobre isso no contexto da COP30.
O professor Gabriel Brito explicou o objetivo do painel: “Nosso principal objetivo foi fazer a interlocução entre organizações que estão vinculadas ao fomento de projetos com cases de sucesso que nós temos na Ufopa, como, por exemplo, os projetos da professora Lílian Rebellato, os projetos que eu coordeno do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep)”.
Brito destacou também o papel da Gestão Superior da Ufopa na articulação para atrair recursos destinados ao financiamento de pesquisas: “Os reitores fazem interlocução com esses órgãos de fomento visando editais que atendam a demandas específicas para instituições da Amazônia. Esse papel da gestão é muito importante, e nós conseguimos obter recursos [para financiar pesquisas] graças a essas interlocuções”.
A pesquisadora Lílian Rebellato falou sobre a interação da universidade com a comunidade: “Nós estamos desenvolvendo projetos articulados com as comunidades locais, no sentido de capacitar essas pessoas a desenvolver um ensino de qualidade e formar pesquisadores nativos oriundos de comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas que integram o corpo discente da universidade”.
A professora do Campus Alenquer da Ufopa e atual diretora de Planejamento da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), Jorgiene Oliveira, explicou os modelos de articulação da Superintendência: “A Sudam se articula em pelo menos três vieses: planejamento, fomento e articulação, que passam pelo entendimento de que as universidades são necessárias para o debate do desenvolvimento regional na Amazônia Legal, e também por administrar fundos importantes a esse desenvolvimento, no qual as universidades têm várias pesquisas importantes.”
Lenne Santos, Assessoria de Comunicação/Ufopa.