A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) realizou, na manhã desta segunda-feira (18), na sede da Capes, em Brasília, o seminário “Política Nacional de Educação Superior”, reunindo reitores, especialistas e representantes de instituições parceiras para discutir os eixos estratégicos que deverão orientar a construção da PNEDS. O seminário foi realizado em parceria com a Secretaria de Educação Superior do MEC.

Durante o encontro, Lucia Pellanda, diretora de Políticas e Diretrizes da Educação Superior do MEC, apresentou o plano de ação em desenvolvimento para estruturação da PNEDS. O trabalho envolve a formulação de diretrizes e indicadores alinhados aos objetivos da educação superior e ao Plano Nacional de Educação; a realização de um diagnóstico abrangente do sistema, capaz de identificar necessidades, desafios e perspectivas; além do alinhamento da política com diretrizes de crescimento e desenvolvimento social do país. O processo contempla seminários de escuta, reuniões setoriais e uma consulta pública, com previsão de sistematização em documento final até maio de 2026.

Na sequência, Yuri Ghobad da Silva, diretor de Programas e Bolsas da Capes, detalhou a estrutura do novo Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG). A exposição destacou desafios persistentes da pós-graduação e apresentou a evolução das matrículas, titulados e bolsas, apontando avanços e, ao mesmo tempo, desigualdades regionais e setoriais. Ele enfatizou a interdependência entre a pós-graduação e a produção científica nacional, a importância da pesquisa institucionalizada, a ampliação da visibilidade internacional e a necessidade de políticas indutoras que reduzam desigualdades e fortaleçam o impacto social, econômico e ambiental da pesquisa brasileira.

Já Carlos Eduardo Moreno, diretor de Estatísticas Educacionais do Inep, apresentou dados e tendências do Censo da Educação Superior 2024. Os números evidenciam transformações no perfil de matrículas, na distribuição regional da oferta e desafios relacionados à permanência estudantil. Moreno reforçou ainda a relevância do Censo como instrumento para orientar políticas públicas, apoiar o planejamento institucional das universidades federais e subsidiar decisões estratégicas, contribuindo também para a estruturação da PNEDS.

O seminário também teve a participação do secretário de Educação Superior do MEC, Marcus David, que ressaltou o papel estratégico da PNEDS para o futuro da educação superior brasileira. Segundo ele, esse é um dos projetos mais relevantes no Ministério da Educação enquanto educação superior. “Nosso desejo é construir uma proposta bastante ambiciosa, que enfrente os desafios da educação superior, reconhecendo também que, para atingirmos esse objetivo, há cenários e contextos políticos que precisarão ser avaliados. Para todos nós que atuamos intensamente na educação superior, o que podemos fazer é nos empenhar ao máximo para conseguir desenhar um modelo que atenda aos anseios que a educação superior precisa enfrentar”, afirmou. 

Ao final das apresentações, os reitores se dividiram em grupos de trabalho para aprofundar contribuições sobre os principais eixos temáticos da PNEDS, incluindo: Regulação, Supervisão e Avaliação da Qualidade; Acesso, Permanência, Equidade, Diversidade e Inclusão; Financiamento, Sustentabilidade e Expansão; Ensino, com foco em trilhas de aprendizagem, modalidades e educação a distância; Pós-Graduação, Pesquisa e Inovação; e Extensão Universitária e Compromisso Social. 

As contribuições serão sistematizadas e encaminhadas ao MEC, fortalecendo o processo colaborativo de construção da Política Nacional de Educação Superior, que busca consolidar uma visão integrada, democrática e estruturante para o futuro do ensino superior no país.