
O programa Agora Tem Especialistas, do Ministério da Saúde, está reforçando sua atuação em terras indígenas de regiões remotas do Brasil. A iniciativa, que já atendeu comunidades no Alto e Médio Rio Solimões, no Vale do Javari e os povos Yanomami, chega agora ao território do povo Xavante com a promessa de tornar mais ágil, acessível e culturalmente sensível o acesso à atenção especializada.
O professor do curso de medicina da Universidade Federal de Catalão (UFCAT), Edson Oliveira, é o gestor do programa junto a Agência Brasileira de Apoio à Gestão do Sistema Único de Saúde (AgSUS), responsável pelo suporte operacional à execução desse tipo de política pública em saúde. O gestor esclarece que o projeto não é apenas para um território e alcança também as áreas isoladas. “O objetivo é reduzir o tempo de espera por consultas, exames e procedimentos para populações indígenas, superando barreiras geográficas e logísticas tradicionais”, explica.
Conforme Edson, o atendimento ocorre dentro da própria aldeia, dentro da própria comunidade, evitando que as pessoas tenham de deixar seus territórios, enfrentar longas viagens, ou vivenciar rupturas abruptas nos hábitos culturais, sociais e alimentares. Esse formato considera o contexto de vulnerabilidade das comunidades indígenas, para quem o contato com ambientes urbanos ou hospitais sem sensibilidade cultural pode representar riscos de violações, prejuízos à saúde e à dignidade.
O professor acresecenta que mais do que oferecer consultas ou exames, o programa visa garantir um acolhimento adequado, com atenção à interculturalidade — ou seja, respeitando os modos de vida, a cultura, os valores e as particularidades dos povos indígenas. A iniciativa reconhece que saúde para essas comunidades não é apenas técnica, mas profundamente cultural.
Além disso, o projeto traz um componente estrutural importante: a formação e qualificação de profissionais de saúde preparados para atuar em contextos interculturais. “A Universidade Federal de Catalão (UFCAT), por exemplo, aparece como parceira nesse movimento. Com cursos de medicina e enfermagem, a universidade contribui para preparar profissionais conscientes da diversidade cultural indígena, algo muito potente, inovador e transformador”, afirma.
Fonte: UFCAT