Os rejeitos de mineração podem ser reutilizados em diversas e diferentes áreas como na construção civil, no artesanato e na siderurgia. O reaproveitamento reduz impactos ambientais e cria oportunidades econômicas. Nessa linha de sustentabilidade, foi desenvolvido, por pesquisadores do CEFET-MG, o trabalho “Desempenho fotocatalítico de material álcali-ativado à base de lama vermelha e escória de alto forno”. O objetivo da pesquisa foi desenvolver um material álcali-ativado, que apresentou boas propriedades mecânicas à compressão e um bom potencial fotocatalítico, utilizando rejeitos provenientes das atividades de mineração.
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O estudo foi desenvolvido pela egressa do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Minas, campus Araxá, Sara Gonçalves; pelos pesquisadores Maysa Martins e Paulo Soares Junior; com a orientação dos professores Augusto Bezerra e Domingos Sávio. “Vi nos materiais álcali-ativados uma boa alternativa, visto que é um material alternativo com infinitas possibilidades de formulação. Aliado a isto, tem-se a indústria da mineração que é responsável por gerar grandes quantidades de resíduos, que, além de causar impactos ao meio ambiente, ocupam extensas áreas para disposição final. Agrupando isto, originou esta temática no qual seria possível dar uma destinação nobre para estes resíduos oriundos das atividades de mineração, gerando materiais que podem de alguma forma contribuir para um ambiente mais sustentável”, explica Sara.
Segundo o professor Augusto Bezerra, o trabalho abordou duas vertentes promissoras na engenharia, os materiais álcali-ativados e a fotocatálise. “Os materiais álcali-ativados são ligantes alternativos ao cimento Portland, entretanto, o seu uso no campo dos materiais avançados ainda é incipiente. A fotocatálise é um processo oxidativo avançado que pode ser utilizado de forma eficiente na remediação de águas residuárias”, afirma.
De acordo com o orientador, a sinergia entre essas duas vertentes originou um material ecoeficiente com propriedades especiais. Os precursores à base de resíduos favoreceram a recuperação de recursos inicialmente inservíveis. “A atividade fotocatalítica proveniente de fases fotoativas da lama vermelha constituiu um catalisador de baixo custo. Os resultados mostraram que foi possível remover até 96% de corante orgânico de efluente sintético. Esses achados são proeminentes, em vista da urgente necessidade de despoluição das águas, o que está em linha aos objetivos de desenvolvimento sustentável propostos pela Organização das Nações Unidas”, explica Augusto.
O estudo rendeu aos pesquisadores a premiação de melhor artigo no grupo de trabalho Redução de Resíduos no XX Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído. “É um reconhecimento muito especial para mim. Esse resultado é fruto do meu trabalho com apoio e parceria de toda equipe do CEFET-MG. Estou muito orgulhosa do trabalho que desenvolvemos e isto renova a energia para continuar desenvolvendo pesquisas sobre temas que contribuem com o cotidiano da sociedade e para um meio ambiente mais sustentável”, finaliza Sara.
Fonte: CEFET – MG.