A Polícia Federal (PF) apresentou nesta sexta-feira (28), em Belém, um projeto inovador que transforma maconha apreendida em biocombustível. O estudo, desenvolvido em parceria com as universidades federais do Pará (UFPA) e de Santa Catarina (UFSC), busca criar uma alternativa sustentável para a destinação de drogas confiscadas, ao mesmo tempo em que contribui para a geração de energia limpa.

Segundo o perito criminal Antônio Canelas, a tecnologia utilizada no processo permite converter a maconha em bio-óleo, que pode ser refinado para produzir gasolina, diesel e querosene verde. Além disso, o método gera subprodutos como biocarvão, útil na agricultura e na descontaminação de águas residuais, e vinagre pirolítico, que pode ser empregado como conservante de alimentos ou fungicida.
Batizada de “Projeto Cannabiocombustível”, a iniciativa reforça a busca por soluções sustentáveis na cidade que sediará a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30). O estudo tem potencial para processar mais de mil quilos da droga em 24 horas, dependendo do tamanho do reator utilizado. Além do benefício ambiental, o projeto também representa economia para o poder público, reduzindo custos com armazenamento e incineração das drogas apreendidas.
Outro impacto positivo do estudo é o aumento da segurança nas delegacias, já que a queima controlada da droga reduz os riscos de invasões e tentativas de resgate por organizações criminosas. Além disso, a eliminação desse material no próprio local evita deslocamentos frequentes de policiais para regiões afastadas, onde geralmente ocorrem as incinerações.
Os pesquisadores destacam que o projeto ainda está em fase inicial, com ajustes sendo feitos para otimizar o rendimento e a qualidade do biocombustível. A PF também não descarta novas descobertas sobre as propriedades medicinais do bio-óleo resultante do processo.
O estudo conta com a participação dos professores Nélio Teixeira (UFPA), Adriano da Silva e Ana Immichi Bueno (UFSC), e pode representar um marco na busca por fontes de energia renováveis, aliando tecnologia, segurança pública e sustentabilidade.
Com informações do G1.