Café Porandu, produzido na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em Patos de Minas, faz parte do grupo de cafés especiais com avaliação acima de 80 pontos conforme critério internacional da Specialty Coffee Association (SCA).
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Desenvolvido há três anos, o Café Porandu é o resultado de um intenso trabalho do grupo “Da Semente à Xícara”, formado por professores, alunos e técnicos do campus Patos de Minas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). O nome, de origem tupi-guarani, significa “pesquisar”, refletindo o compromisso dos pesquisadores com a inovação e a qualidade.
O café faz parte do seleto grupo chamado de “especiais”, classificados acima de 80 pontos de acordo com o critério internacional da Specialty Coffee Association (SCA), que avalia sabor, acidez, corpo, doçura e a ausência de defeitos. Ele é produzido inclusive usando técnicas de Inteligência Artificial (IA) e com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
A professora doutora em Engenharia Química, Líbia Diniz Santos, é uma das envolvidas na produção do Porandu e garante que a bebida é praticamente perfeita, atendendo a todos os critérios de um bom café especial.
“O café é um alimento que, muitas vezes , é o primeiro que colocamos na boca logo nos momentos iniciais do dia. Pensando nisso, ele deve ser produzido com cuidado. O café especial é aquele que não tem defeito, nem físico, nem sensorial. Além disso, os grãos precisam ser acima da peneira 16, que não tenham grãos defeituosos e que, quando for feito a torra, o indíviduo encontre ali apenas as especialidades do café”, explicou.
De acordo com os estudos realizados pelo grupo “Da Semente à Xícara”, atualmente, no Brasil, os maiores bebedores de café são as pias. Isso porque, segundo eles, o café consumido pela maioria das pessoas é repleto de “defeitos” e grande parte acaba sendo jogada fora.
Por isso, o grupo trabalha para que todo café produzido seja consumido e, para isso, unem tecnologia e muito amor pela bebida.
“O café Porandu é feito para ser produzido de acordo com o tanto que a pessoa quiser tomar, sem jogar fora. Assim que você o coloca na boca você já sente a diferença, sente a doçura do café, sem a necessidade de açúcar”.
Além disso, todo recurso adquirido na compra do pacote de café que custa R$ 45, é revestido em pesquisas da própria Universidade.
Da produção à xícara: compartilhando a experiência do ‘café ideal’
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O conhecimento gerado por meio da produção do café Porandu não fica restrito à universidade.
Nos últimos anos, o grupo atendeu 10 cafeicultores da região (DB, Naimeg, Reserva Heitor, Nellycafes, Santiago, Kaizen, Dona Nenem, Estrela Carvalho, Café Prosa e Casa Bruxel), auxiliando na implementação de tecnologias avançadas como Internet das Coisas (IoT), sequenciamento de DNA, IA e processos de pós-colheita baseados em fermentação controlada.
Em resumo, as tecnologias dos pesquisadores são usadas para criar o café ideal que o produtor deseja, seja ressaltando determinado sabor, cheiro, textura ou qualquer outra característica desejada.
Durante o processo junto aos produtores, os alunos e professores estudam o café produzido e implementam técnicas para que ele alcance o resultado desejado. Geralmente, a pesquisa dura em média um ano com levantamento de dados e execução das medidas necessárias para melhoramento da produção cafeeira.
“Seja com o Porandu, ou o café dos produtores, nossa proposta é ofertar um produto de luxo e qualidade que todo mundo possa adquirir”, comentou a docente.
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Por Gabriel Reis, g1 Triângulo — Patos de Minas