Representantes visitaram a instituição para conhecer fluxo digital na produção de próteses
A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) consolida sua posição de destaque na odontologia nacional ao se tornar a coordenadora de um projeto piloto do Ministério da Saúde (MS) para a implantação do fluxo digital na confecção de próteses odontológicas no Sistema Único de Saúde (SUS). A iniciativa, que visa modernizar e agilizar o processo de produção de próteses, é um reconhecimento do trabalho inovador desenvolvido pelo Hospital Odontológico (HO/UFU) e pela Faculdade de Odontologia (FO/UFU).
No dia 3 de junho, a universidade recebeu a visita de representantes da Coordenação-Geral de Saúde Bucal do MS, da Agência Brasileira de Apoio à Gestão do Sistema Único de Saúde (AgSUS) e da Secretaria de Atenção Primária à Saúde. O objetivo do encontro foi conhecer de perto a experiência da UFU com o fluxo digital, que já é aplicado na pós-graduação e em pesquisas há cerca de dois anos e, mais recentemente, incorporado ao ensino da graduação.
Ministério da Saúde pretende implementar iniciativa da UFU em todo o SUS. (Foto: Túlio Daniel)
O processo convencional de confecção de próteses envolve uma série de etapas trabalhosas e, por vezes, desconfortáveis para o paciente, como a moldagem da boca com materiais específicos e a produção manual de modelos em gesso. Já o fluxo digital revoluciona essa abordagem, “ele envolve um escaneamento digital da boca do paciente que copia o preparo feito pelo dentista. Isso é transferido em um arquivo digital para um computador que vai fazer um planejamento da prótese virtualmente”, explica Carlos José Soares, diretor executivo do HO/UFU.
A partir do planejamento virtual, a prótese pode ser produzida por impressão 3D (tecnologia aditiva) ou por meio do desgaste de blocos de materiais, como cerâmica ou resina em máquinas específicas, tudo a partir do desenho digital. Essa tecnologia não só otimiza o tempo de trabalho e reduz etapas, como também proporciona maior conforto ao paciente.
Representantes do MS conheceram as instalações do HO/UFU. (Foto: Milton Santos)
A escolha da UFU para coordenar esse projeto piloto nacional é fruto do reconhecimento do trabalho diferenciado da universidade na área. Soares destaca um dos aspectos principais: o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) – Saúde Oral e Odontologia, coordenado por ele, que foi o primeiro aprovado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) na área de Odontologia. A iniciativa deu visibilidade ao grupo em termos de desenvolvimento de pesquisa e inovação em áreas de ponta da Saúde Oral.
A parceria entre o HO/UFU e a Prefeitura Municipal de Uberlândia na atenção à saúde bucal no município e região também foi fundamental para esse reconhecimento. “É a UFU mostrando que as ações envolvidas aqui têm potencial para serem multiplicadas no cenário nacional, contribuindo para a melhoria da saúde bucal no âmbito do SUS”, ressalta Soares.
Para Edson Hilan, coordenador-geral de Saúde Bucal do MS, a visita é o reconhecimento do esforço da UFU e da qualidade técnica dos profissionais, sendo de suma importância para o avanço da iniciativa. A expectativa é que a implementação do fluxo digital no SUS não apenas reduza as longas filas de espera por próteses, mas também estimule os profissionais a se dedicarem à área. “A importância é também fazer com que o aluno e, posteriormente, o profissional, goste de fazer prótese e, com esse gostar, fazer com que ele salve um dente e que ele devolva a dignidade das pessoas por meio do sorriso”, afirmou Katiuscia Lorena Silva da Fé, gestora de projetos da AgSUS.
Estiveram na UFU representantes do MS, da AgSUS e da Secretaria de Atenção Primária à Saúde. (Foto: Túlio Daniel)
Durante a visita, os representantes do Ministério da Saúde puderam acompanhar apresentações de docentes da UFU sobre a utilização do fluxo digital em casos clínicos e visitar as estruturas do Hospital Odontológico, incluindo o Pronto Socorro Odontológico. Com a iniciativa, a UFU reafirma seu compromisso com a pesquisa, o ensino e a extensão, contribuindo significativamente para a melhoria da saúde bucal da população brasileira.
Por: Túlio Daniel/ UFU