Seminário “Curricularização da Extensão” marca primeiro dia da 206ª Reunião Ordinária da Andifes em Natal (RN)

A Andifes promoveu, nesta terça-feira (23), durante o primeiro dia da 206ª Reunião Ordinária do Conselho Pleno, realizada em Natal (RN), o seminário “Curricularização da Extensão”. O encontro discutiu avanços, desafios e estratégias de consolidação da extensão universitária nos currículos dos cursos de graduação.

Foto: Bethowen Padilha (UFRN)

O coordenador do Colégio de Pró-Reitores de Extensão das Instituições Federais de Ensino Superior (COEX), Chico Brinati, apresentou a base legal da extensão e dados da pesquisa Forproex 2025, que revela que 66,1% dos cursos já têm componentes de extensão aprovados nos Projetos Pedagógicos de Curso (PPCs). A pesquisa também apontou entraves como a dificuldade de compreensão conceitual da extensão e escassez de pessoal e de orçamento.

Entre as propostas do Conselho, estão ações como a criação de comissões de diagnóstico e acompanhamento da curricularização, a articulação da extensão com os instrumentos de planejamento institucional (PDI e PPI) e a adequação dos sistemas de informação e avaliação da graduação para incluir a extensão. 

O Coex tem se debruçado sobre temas estruturantes para o fortalecimento da extensão universitária, como a consolidação da coordenação de extensão no âmbito da nova Diretoria de Desenvolvimento Acadêmico da Sesu/MEC, a construção de uma política nacional de financiamento, a articulação com editais de ministérios e secretarias que contemplem ações extensionistas, a inserção da extensão nos programas de pós-graduação e os novos critérios nos instrumentos de avaliação dos cursos de graduação.

Foto: Bethowen Padilha (UFRN)

A reitora da Unifesp, Raiane Assumpção, compartilhou a experiência da universidade com a inserção da extensão na matriz curricular, que envolveu um processo estruturado em três fases: estudos preliminares, proposição/experimentação e acompanhamento. A reitora destacou que a extensão é parte do processo de produção e retroalimentação do conhecimento. 

A vice-presidente da Andifes, Sandra Goulart, chamou atenção para a importância de dar visibilidade aos impactos da extensão e de sensibilizar a comunidade acadêmica sobre seu papel estratégico. 

A reitora da UFSB, Joana Guimarães, enfatizou a complexidade do fazer extensionista, que vai além das questões operacionais ou de financiamento. Para ela, a curricularização é uma chance de discutir profundamente o que é extensão e qual papel as universidades desejam assumir na relação com as comunidades. “Não há receita pronta. Precisamos escutar as comunidades, entender suas perspectivas e construir juntos as propostas de extensão”, defendeu.

Na rodada de debates, os reitores falaram da necessidade de financiamento e de pessoal e sobre a proposta de constituição de um fundo de financiamento para a extensão. Falou-se também sobre a definição de indicadores para poder mostrar a importância do que está sendo feito. 

A inclusão da extensão na matriz curricular reafirma o compromisso das universidades federais com a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão – pilares das universidades federais.