UNILA reúne instituições para enfrentar desafios do ensino em regiões de fronteira

Rede de universidades busca soluções para desafios do ensino em áreas limítrofes e amplia integração entre instituições federais

Terceira reunião da rede reuniu representantes de 17 universidades federais em Foz do Iguaçu. (Foto: Moisés Bonfim)

A Rede de Universidades de Fronteira (Unifronteiras), criada em dezembro de 2024 por iniciativa da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), realizou sua terceira reunião nesta semana, no Campus Integração, em Foz do Iguaçu. A articulação reúne instituições federais que atuam em áreas limítrofes do país com o objetivo de superar entraves legais, propor soluções conjuntas e ampliar a internacionalização do ensino superior.

Com a aprovação do ingresso da Universidade Federal do Amapá e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, a rede passou a reunir 17 instituições. A reitora da UNILA, Diana Araujo Pereira, que preside a Unifronteiras, ressaltou que o propósito inicial é enfrentar barreiras normativas que impactam a rotina dessas universidades. “A rede nasce da nossa demanda, pois, sempre que nos defrontamos com os obstáculos legais do cotidiano, como atravessar a fronteira, por exemplo, até podemos pensar que somos só nós. Mas, não. Existem instituições federais que estão do Sul ao Norte do Brasil que enfrentam o mesmo problema. Então, resolvemos nos juntar para, com isso, ter mais força e conseguir interceder pelos nossos propósitos, em Brasília”, afirmou.

Diana destacou ainda que a frente de atuação busca garantir que a legislação reconheça a fronteira como espaço de prática e trabalho, conforme previsto na lei de criação da UNILA. “Este é o primeiro objetivo da rede: fazer uma frente para lidar com as normatizações que precisam ser alteradas para que a gente possa utilizar a fronteira segundo aquilo que está na nossa lei de criação. Na sequência, vêm os objetivos acadêmicos de uma rede de universidades e institutos federais”, completou.

O encontro contou com representantes de diversas regiões do país, o que, segundo Diana, reforça a importância da iniciativa. “Com isso, vamos mostrando o quanto a rede consegue ter um engajamento, porque ela nasce da necessidade de a gente pensar a educação pública como interiorizada”, disse.
Fernando Zatt Schardosin, secretário especial da Agência de Internacionalização e Inovação Tecnológica da Universidade Federal da Fronteira Sul, observou que a Unifronteiras favorece a troca de experiências e a formulação de políticas públicas voltadas para ensino, pesquisa e extensão. “A Unifronteiras conta com instituições de todo o país, o que nos revela que temos desafios em comum. E, a partir de iniciativas como essa, a gente consegue enfrentar esses desafios conjuntamente, mostrando a força da atuação em parceria das universidades”, destacou.

Na mesma linha, Patrícia Miranda, assessora de Relações Internacionais da Universidade Federal de Rondônia, apontou que a rede representa um espaço de aprendizado coletivo. “A Unifronteiras possibilita uma soma de esforços no sentido de potencializar a internacionalização acadêmica universitária na zona de fronteira, que tem desafios muito peculiares e características que impactam o desenvolvimento de processos que podem romper a exclusão e que podem ser, de fato, integradores”, avaliou.

Entre os avanços já alcançados, foram apresentados a elaboração de um documento com as principais demandas da rede, uma cartilha de boas práticas das instituições federais de fronteira, a participação em reunião nacional de prefeitos, a realização de audiência pública sobre migração e educação no Plano Nacional de Educação e a consultoria da Unesco em pautas prioritárias.

Durante o encontro, o professor Lucas Mesquita apresentou o trabalho do grupo de pesquisa da UNILA em missões de observação eleitoral. A proposta é ampliar essa atuação, incluindo o acompanhamento das eleições de 2026 em regiões de fronteira. Também entrou em debate a criação de um centro de pesquisa de referência vinculado à Unifronteiras.
Por: Reciel Rocha. Fonte: Da redação com UNILA