Ufopa abre participação na COP30

Painel destacou vulnerabilidade sazonal e mudanças climáticas em destinos turísticos

O painel “Mudanças Climáticas: influências socioeconômicas em destinos turísticos”, que integra a programação oficial da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) na Zona Verde (Green Zone) da COP30, abriu oficialmente a participação da Ufopa na conferência, na manhã desta segunda-feira, 10 de novembro, em Belém (PA).

Foto: Lenne Santos

Ao apresentar o painel, que uniu as discussões sobre mudanças climáticas e destinos turísticos, a pesquisadora Glauce Vítor, do Instituto de Formação Interdisciplinar e Intercultural (IFII) da Ufopa, debateu o conceito de “vulnerabilidade sazonal”, que consiste em alterações do clima que afetam o fluxo turístico. Ela citou o exemplo de Alter do Chão: “Nos últimos anos, os eventos climáticos extremos têm alongado os períodos de seca em Alter do Chão, e isso tem afetado diretamente a atividade econômica do turismo, em especial na barra fluvial de Alter [a Ilha do Amor]”. De acordo com a professora, a cheia e a vazante do rio Tapajós têm ocorrido em épocas muito diferentes do habitual, dificultando o planejamento das atividades turísticas e impactando a renda de quem depende dessa atividade. Com o período de seca estendido, as pessoas deixam de utilizar as catraias (pequenas embarcações que fazem a travessia para a ponta de praia), um dos destinos mais procurados pelos turistas.

O painel foi mediado pela egressa do doutorado em Sociedade, Natureza e Desenvolvimento (SND) da Ufopa, Sarah Batalha, e teve a participação da professora Ana Carla Gomes, do Instituto de Engenharia e Geociências (IEG) da Ufopa, e dos professores da Universidade Federal do Pará (UFPA) Alten Pontes e Alessandra Arnaud. A interdisciplinaridade e a vulnerabilidade dos destinos turísticos foram temas ressaltados pelos dois pesquisadores.

“É necessária uma articulação entre as diferentes ciências para debater as mudanças climáticas e o turismo”, afirmou Alten Pontes, citando o caráter multidisciplinar do tema. Para ele, é preciso, em especial, fazer um debate transversal que perpasse áreas como Geografia, Economia, Sociologia, Antropologia, Ecologia, Administração, Planejamento, Educação e Jornalismo. “Se não houver isso, tudo vai ficar mais difícil”, concluiu.

Já Alessandra Arnaud explanou sobre “os efeitos deletérios” dos eventos climáticos extremos nas atividades turísticas. “Quem vai querer visitar uma área destruída?”, questionou.

Fonte: UFOPA