Livro da Editora UFMG descreve impactos do programa Mais Médicos

Organizada pela professora Helcimara Telles, obra reúne ‘vozes’ de profissionais, gestores e população atendida

Helcimara Telles: avaliação feita por gestores, médicos e população atendida

Está no artigo 25 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, da qual o Brasil é signatário: todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar-lhe saúde e cuidados médicos. A Constituição Federal, por sua vez, reafirma essa premissa ao demarcar a saúde como direito social de todo cidadão. Contudo, a realidade é outra. Se no país o número de médicos por mil habitantes veio aumentando regularmente nas últimas décadas, conforme demonstra o estudo Demografia Médica 2018, esse crescimento não abalou as imensas desigualdades da distribuição dos profissionais de saúde pelo território nacional, e os médicos continuam concentrados nas regiões mais desenvolvidas, como o Sudeste e as capitais.

Implantado em 2013, o Programa Mais Médicos foi criado justamente para mitigar esse problema distributivo, ampliando a oferta de assistência médica aos usuários do SUS nas periferias e regiões interioranas e remotas do país. Lançado pela Editora UFMG, o livro Mais médicos: as vozes dos atores e os impactos do programa na atenção básica à saúde apresenta os resultados de pesquisa quantitativa de avaliação do programa, que foi realizada em 2014, por meio de parceria entre o Ministério da Saúde e o grupo de pesquisa Opinião Pública, Marketing Político e Comportamento Eleitoral da Universidade.

Organizado pela professora Helcimara Telles, do Departamento de Ciência Política da UFMG, o livro reúne conjunto de textos que contêm a avaliação do programa  feita por gestores, médicos e pela população atendida, abrigam discussão sobre sua pertinência no âmbito da política de saúde do Brasil e apresentam todo o histórico dessa iniciativa. “As declarações da comunidade e dos profissionais e médicos pesquisados corroboram que, além de aumentar a acessibilidade ao serviço de saúde, essa política tem servido para criar vínculos mais humanizados entre os médicos, os pacientes e a comunidade”, escreve Mara Telles na apresentação do volume.

Matéria sobre a obra foi publicada na edição 2.074 do Boletim, que circula nesta semana.